O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN esteve presente, durante toda a manhã desta quarta-feira (25) em uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal que discutiu a carência de leitos de UTI pediátrica e neonatal no RN.  A audiência é um desdobramento do movimento “Criança Viva”, que busca a instalação de mais leitos de UTI pediátricas, públicos e privados, no Estado e foi comandada pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O presidente do CREMERN, Dr. Marcos Lima de Freitas, inteirava a mesa solene da audiência e destacou os dados nacionais do último levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina – CFM, em que “nos últimos 5 anos o país perdeu 24 mil leitos de internação. Quase 8 entre 10 cidades brasileiras não tem UTIs. A pediatria foi um dos setores que mais sofreu com esta perda. Os cuidados intensivos para as nossas crianças passa hoje por uma das piores crises já vistas no nosso estado e no nosso país”, ressaltou.

Durante o encontro foram relatados diversos depoimentos por parte dos profissionais médicos retratando a difícil situação com o déficit de leitos de UTI pediátrica. O médico Madson Vidal, que coordena a campanha “Criança Viva”, apresentou dados que apontam no estado uma falta de quase 300 leitos entre UTIs neonatal (para crianças de 0 a 28 dias) e pediátricos (crianças de 29 dias a 14 anos), incluindo a rede privada. “O estado vive a desestruturação completa onde as crianças não tratadas adequadamente e evoluem para um quadro mais grave e necessitam de mais leitos. Ao longo do tempo não houve investimento na pediatria pública nem privada. Falta de política de assistência e de vontade”, relata. 

Na rede privada a situação não é diferente. O representante dos hospitais particulares, José Mendonça, explica que há a preocupação com a quantidade de leitos infantis, mas que estão sendo providenciadas medidas para aumentar o número, especialmente após o fechamento dos leitos do hospital PAPI, em Natal. “A associação e o sindicato dos hospitais estão preocupados e programando possibilidades para um curto prazo já termos na rede privada mais 8 ou 10 leitos. O fechamento do PAPI nos trouxe a preocupação porque os outros hospitais terão que absorver a demanda e o ideal seria acrescentar mais leitos e não substituir”, destacou.

O promotor do Ministério Público da Saúde, Carlos Henrique Rodrigues, disse que desde 2012 o órgão move ação para que o estado aumente o número de leitos, no entanto, apenas 50 foram acrescidos à rede desde então, entre os mais de 100 recomendados, enquanto simultaneamente a demanda cresceu. O promotor disse ainda que está prevista para a próxima semana nova audiência com representantes do governo do estado para que se definam novas medidas.

A audiência reuniu também representantes da OAB, Ministério Público, Defensoria Pública, AMICO, GACC, Instituto do Bem, Rotary Clube, Pastoral da Criança, e membros da sociedade civil organizada, em sua maioria médicos, para discutir o assunto e cobrar soluções. Além do presidente, Dr Marcos Lima, o CREMERN foi representado pelo 2º vice-presidente e chefe do departamento de fiscalização Dr Francisco Braga e pela 2ª secretária Dra. Giana da Escóssia.

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