Natal, 18 de agosto de 2017
A campanha “Médicos contra a violência”, promovida pelas entidades médicas do Rio Grande do Norte, abriu os debates sobre o assunto durante a realização do Fórum de discussão sobre a violência, realizado na noite dessa quinta-feira (17), no auditório da Associação Médica, em Natal. Além da classe médica, participaram representantes do Fórum de Segurança Pública do Estado – FOSEG/RN, Adepol-RN e da Justiça.
O médico cirurgião Geral do Walfredo Gurgel, Dr. Ariano Oliveira, apresentou números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em que o custo com a violência no Brasil foi de R$ 386 milhões em 2014, sendo 5,14 bilhões na saúde e chamou atenção ainda para as consequências na assistência médica e na sociedade. “Até onde nós vamos suportar esse caos contínuo na segurança, nos custos e na qualidade assistencial? Como nós podemos prestar uma assistência de qualidade em uma situação dessas? O caos na segurança e na assistência de saúde é transformado em um caos social”, defendeu o médico.
O representante do FOSEG-RN, Dalchem Viana, apresentou as dificuldades enfrentadas na realidade do sistema de segurança do RN como a falta de efetivo e de instrumentos de trabalho, além de defender a participação da sociedade em defesa da melhoria na segurança do Estado. “Hoje, Natal é uma das 10 capitais mais violentas do mundo e está na 4ª colocação neste ranking. A segurança pública não pode ser de interesse somente de quem está no seu operacional, toda a sociedade deve se mobilizar para discutir e exigir a solução das deficiências”, explicou.
O delegado Carlos Brandão, representante da Adepol, chamou atenção para a falta de investimentos na polícia civil, responsável pelas investigações. “Este ano para um orçamento de R$ 11 milhões só foram destinados R$ 129 mil pelo governo federal e Banco Mundial”, esclareceu o delegado.
Para o Juiz Rosivaldo Toscando, as dificuldades que o judiciário vem sofrendo com a falta de execuções judiciais e a precariedade do sistema carcerário também são fatores que agravam a falta de segurança no Estado. “O desvio de função de policiais em vários setores de instituições públicas também se tornou outro agravante”, comentou o juiz.
O Fórum de discussão sobre a violência foi coordenado pelos médicos: Marcos Lima de Freitas, presidente do CREMERN, José Rosendo, presidente da Associação Médica do RN, Maciel Marques, presidente da Academia de Medicina do RN e Manoel Marques, tesoureiro do Sinmed-RN, além de contar com a participação do Dr. Álvaro Barros, vice-presidente nacional da Associação Médica Brasileira.
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