DIÁRIO DE NATAL Psiquiatria // ATENDIMENTO VAI PARA O HUOL Depois de afirmar que o atendimento dos portadores de transtornos mentais do Hospital João Machado seria realizado no Hospital Psiquiátrico Severino Lopes (antiga Casa de Saúde Natal), desde ontem, a Secretaria Municipal de Saúde muda mais uma vez a decisão. O atendimento deverá ser transferido para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). Como a decisão pelo Hospital Severino Lopes ainda não havia sido tomada, de acordo com a assessoria de imprensa da SMS, a secretária Ana Tânia Sampaio entrou em contato com o diretor do HUOL, Ricardo Lagreca, a fim de esgotar todas as possibilidades com o serviço público de saúde. “Em último caso, se for preciso, é que será fechada parceria com a rede privada. Agora vamos visitar o Onofre para analisar as instalações a fim de viabilizar nossa proposta com o HUOL”, disse a secretária. Após a visita, a secretaria vai entrar em contato com o Conselho Regional de Medicina (Cremern) para informar sobre a nova opção de atendimento e aguardar autorização para fazer a transferência do atendimento do Hospital dos Pescadores até amanhã, 16. A definição final só será anunciada à Imprensa hoje. O diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Paulo Martins, disse que médicos do João Machado visitaram o Huol hoje e afirmaram que o hospital não tem condições de receber os pacientes. Enquanto o novo local de atendimento da urgência psiquiátrica do Hospital João Machado não é definida, a população é a mais prejudicada. Acompanhante do marido em mais de 300 internações, a dona de casa Maria das Graças Soares conhece a deficiência do sistema psiquiátrico do Estado. “Já fiquei seis dias esperando por uma vaga no hospital. É desumano. O hospital tem que ser reformado e rápido”, avalia. Também dona de casa, Áurea Furtado Pereira, que tem um filho de 42 anos portador de esquizofrenia, disse que sofre constantemente com essa indefinição. “É um desrespeito com a população. Os familiares dos pacientes do Hospital João Machado estão pedindo socorro. Não suportamos mais essa situação. Precisamos urgente que a reforma seja mesmo feita e concluída rapidamente”, declarou. Segundo Reginaldo de Mendonça, administrador da antiga Casa de Saúde Natal, alguns pacientes internados no Hospital dos Pescadores foram transferidos para a unidade psiquiátrica que mantém convênio com a prefeitura. “Normalmente temos 160 pessoas internadas pelo SUS, mas desde que a situação no João Machado se complicou o pessoal da secretaria de Saúde entrou em contato conosco para disponibilizarmos outros 30 leitos”, explicou. Na opinião do administrador, o Cremern deveria pensar na população antes de interditar essas unidades de saúde sem ter definido para onde mandar aos pacientes. “Quem está doente não quer saber se o hospital pode ou não receber por estar interditado. Eles querem ser atendidos de qualquer forma”, afirmou Reginaldo. Problema Para Luciene Rodrigues Freire, viúva do pedreiro Evânio Fernandes, que assassinou dois filhosem um surto psicótico, há um ano e sete meses, essa possível definição não resolverá o problema da superlotação. “Quero saber quando esses hospitais estiveram lotados, para onde vão mandar os pacientes que precisarem de internação? Desde que seja feita de forma consciente, somos a favor da reforma psiquiátrica, mas cadê ela?”, indaga. Saúde // ANS FECHA CERCO A FALSOS PLANOS A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fechará o cerco aos falsos planos de saúde coletivos. Duas resoluções que estabelecem regras mais rígidas para o setor devem ser publicadas até sexta-feira. O foco são os contratos de adesão oferecidos por grupos que estão longe de ser empresariais ou coletivos, como integrantes de condomínio, frequentadores de clubes esportivos e até famílias. Isso porque a única exigência para “fundar” esse tipo de serviço é a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, a partir de duas pessoas sem qualquer vínculo, já se considera plano coletivo. Em geral, essas entidades oferecem esse tipo de produto com preço mais acessível que o do plano individual. Muitas vezes, porém, isso pode sair caro para o consumidor, que não tem a garantia do serviço e pode ser surpreendido com reajustes abusivos, já que a ANS não intervém nesses contratos. Diante da explosão dessa categoria – hoje são mais de 18 milhões de usuários que respondem por 43,5% do mercado – e do crescente número de reclamações de beneficiários quanto a prazos de carência, altos índices de aumento e rescisão unilateral de contratos, a ANS teve que fechar as brechas. A agência não quis dar detalhes do texto à véspera de sua publicação, mas pela proposta que esteve em consulta pública e por fontes ouvidas pela reportagem, é possível antecipar as mudanças. TRIBUNA DO NORTE BRASIL TEM MAIS UMA MORTE PELA NOVA GRIPE O Brasil teve na noite desta terça-feira (14) a confirmação da quarta morte no país por decorrência da nova gripe – Influenza A H1N1. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou a morte de mais um paciente infectado pelo vírus da influenza A (H1N1) no estado. A vítima teve recentemente contato com chilenos e argentinos que estavam no Brasil. De acordo com o Hospital de Clínicas de Botucatu, o paciente era um homem de 28 anos, que passou a apresentar febre, dor de cabeça, náusea, vômito, tosse e congestão nasal em 1º de julho. O governo afirma que ele procurou o serviço médico no sábado (4), quando foi internado. Na terça (7), seu quadro clínico se agravou e foi necessária internação em uma unidade de terapia intensiva (UTI), onde faleceu três dias depois, na sexta-feira (10). O hospital informou que, durante a internação, foram investigadas doenças como pneumonia bacteriana grave, hantavirose, leptospirose, influenza A e histoplasmose aguda. A primeira vítima da doença no Brasil foi um caminhoneiro gaúcho de 29 anos, que faleceu em junho. Na última sexta-feira (10), foi confirmada a morte de uma menina moradora de Osasco, em São Paulo. A terceira morte foi anunciada na segunda-feira (13): um menino de 9 anos, morador da cidade de Sapucaia do Sul (RS). O menino morreu em 5 de julho, em Porto Alegre, mas o resultado da análise laboratorial que confirma o contágio só saiu na segunda. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira, chega a 1.027 o número de registros da doença provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), desde os primeiros casos de infecção verificados no Brasil, no dia 8 de maio. PESQUISA FAZ ANÁLISE EVOLUTIVA DA DOENÇA São Paulo (AE) – O pesquisador Josélio Araújo, do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), traçou a dispersão do vírus dengue sorotipo 3 (DENV-3) ao redor do mundo nos últimos 50 anos. De acordo com informações da Fiocruz, o estudo é a mais completa análise dos aspectos filogenéticos, migratórios e evolutivos do DENV-3 já realizada no mundo. Uma das conclusões estimou que o ano de origem desse tipo do vírus no planeta foi em 1890. Já o surgimento da atual diversidade dos principais genótipos do DENV-3 foi estimado entre 1960-1970, coincidindo com o crescimento da população, urbanização e movimento humano. Atualmente há cinco genótipos diferentes do sorotipo 3 do vírus da dengue, cada um deles predominante em regiões específicas. Para explicar como cada um destes genótipos se tornou predominante em diferentes locais, os pesquisadores partiram da análise de amostras do sorotipo 3 do vírus dengue obtidas no Brasil, onde circula desde o ano 2000. O pesquisador destaca ainda que foi identificada uma tendência de que apenas um genótipo do DENV-3 circule em cada região. Araújo explica que é rara a circulação de mais de um genótipo em uma localidade. O estudo também analisou a evolução em regiões que sofreram epidemias de dengue desde a década de 70, como Indonésia e Tailândia, por exemplo, foi semelhante ao observado em regiões que presenciam estas epidemias desde a década de 90, que é o caso das Américas. A pesquisa foi publicada no jornal “Infection, Genetics and Evolution”. INFECTOLOGISTA FALA SOBRE A DIFERENÇA ENTRE GRIPES “Todos os anos morrem pessoas por conta de gripe. A diferença é que isso não vira manchete de jornal”. A declaração do infectologista Kleber Luz, do Departamento de Infectologia da UFRN, vai na contramão do alvoroço produzido nos últimos dias em torno da Gripe A, também conhecida como gripe suína. Na análise de Kleber Luz, a Gripe A com certeza irá se espalhar, mas sem trazer maiores problemas para a população. O infectologista cita principalmente o percentual de pessoas que morrem após o contágio, que é de menos de 1%. “As estatísticas mostram 99,6% das pessoas que contraem a doença manifestam sintomas de uma virose comum”, afirma. E complementa: “A doença é fatal nos grupos de risco da população, crianças, adolescentes e idosos, ou pessoas que tenham alguma outra doença complicadora. Exatamente igual a uma gripe comum”. A única diferença entre a Gripe A e as outras viroses, que contaminam e adoecem seres humanos há milhares de anos, é a facilidade de contágio. “Como esse novo vírus é desconhecido, o corpo não tem defesas prévias contra ele e por isso muito mais pessoas vão ser contaminadas. Essa facilidade de se espalhar é a única diferença prática”, analisa Kleber Luz. O vírus da gripe naturalmente tem uma grande capacidade de mutação. Novas formas anualmente afetam os seres humanos. Mas até então essas novas formas não são declaradas pandemia e nem ganham o noticiário de forma tão contundente. Ao mesmo tempo, o infectologista Kleber Luz acredita que as medidas adotadas pela Organização Mundial de Saúde, e repetidas localmente pela ANVISA, são exageradas. “Pela forma de contágio, não é possível bloquear a disseminação da doença e as medidas parecem querer muito mais jogar para a platéia. Seria mais produtivo se não se falasse tanto sobre esse assunto e as pessoas aprendessem a conviver com a doença”, explica Kleber Luz, acrescentando que a repercussão em torno da “gripe suína” é maior do que a doença realmente merece. No geral, a Gripe A é transmitida por vias aéreas (espirro e tosse) e por contato com secreções corporais. Por exemplo, alguém espirra e logo após pega em uma cédula de dinheiro. Uma outra pessoa pode ser contaminada ao entrar em contato com essa mesma cédula. Justamente por conta dessa forma simples de contágio, aliada ao fato de ser uma nova forma do vírus, desconhecida do sistema imunológico do corpo humano, a disseminação do vírus da Gripe A é incontrolável. O MOSSOROENSE URSAP REALIZA OFICINA SOBRE POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO Com o objetivo de fomentar discussões sobre os princípios e dispositivos da Política Nacional de Humanização, a II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap) promoverá uma oficina sobre política de humanização e qualidade de vida no trabalho. O evento será realizado na próxima sexta-feira, das 7h30 às 17h30, no auditório do Hotel VillaOeste. A qualificação será direcionada aos gestores e servidores da unidade e visa melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. A oficina é desenvolvida através dos Núcleos de Humanização e Qualidade de Vida no Trabalho e Capacitação da II Ursap. Conforme a gerente da II Ursap, a assistente social Roberta Fernandes, o evento busca esclarecer os servidores da unidade sobre a implantação da política de humanização na unidade. Roberta Fernandes informa que em virtude da realização da oficina não haverá expediente externo na II Ursap e Unicat, setor responsável pela distribuição de medicamentos de alto custo. A suspensão foi determinada para que todos os funcionários da unidade possam comparecer à capacitação. Erialdo Rebouças, técnico do Núcleo de Humanização da II Ursap, destaca que é de suma importância a participação dos servidores na oficina. “O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é muito abrangente e necessita ser definido com clareza, uma vez que a qualidade de vida dos servidores influi diretamente na execução das metas de uma instituição”, ressalta. A Política Nacional de Humanização está vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, e propõe mudanças nos modelos de atenção e gestão da saúde pública no Brasil. OPORTUNIDADES NA ÁREA DA SAÚDE SOMAM 4,5 MIL VAGAS EM DEZ CONCURSOS PÚBLICOS Os profissionais da área da saúde que almejam um emprego público têm agora uma ótima oportunidade. É que estão abertas pelo menos 4,5 mil vagas em 10 concursos públicos, com salários que chegam a R$ 7 mil. As vagas são para médicos de várias especialidades, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos em enfermagem em São Paulo, Minas Gerais e na Bahia. Destas vagas, 3.598 são apenas para Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e as inscrições para esse concurso se encerram na próxima semana. Os salários para esta seleção chegam a R$ 4.391,39. A remuneração de R$ 7 mil é oferecida para o cargo de médico na Praia Grande (SP), que tem 78 vagas na área da saúde. A estudante de enfermagem Priscila Duarte conta que vai concluir o curso este ano, mas já se prepara pensando nas oportunidades oferecidas nos concursos públicos. “Hoje é a melhor saída para quem termina um curso superior, porque os salários são bons e a estabilidade compensa. Quem não passa num concurso passa o resto da vida aperreado”, diz a jovem. Além dos concursos na área da saúde, outras 8.729 vagas em seleções com inscrições abertas também estão disponíveis em todo país. Os principais concursos chegam a oferecer salários de até R$14.049,53 para candidatos formados em direito no Banco Central. Além do Banco central, outras oportunidades oferecem bons salários, como os concursos para Ministério da Justiça, Governo do Acre, Secretaria do Estado da Fazenda de São Paulo e Defensoria pública do Espírito Santo, com remuneração de R$ 2.643,28, R$ 8.190,00, R$ 6.806,25 e R$ 5.608,73, respectivamente. Essas e outras oportunidades de concursos que ainda terão inscrições abertas e outros editais que ainda serão publicados, estão disponíveis no site www.g1.com.br. VIGILANTES DA SAÚDE ESTUDAM HOJE PROPOSTA DA PREFEITURA A intervenção do Ministério Público nas negociações da greve iniciada pelos vigilantes da saúde começou a surtir efeito. Durante reunião na tarde de ontem, a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) apresentou sua proposta de acordo para a categoria. Para discuti-la, uma assembleia está marcada para as 8 horas de hoje, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum). Segundo a vice-presidenta do sindicato, Marilda Maria, com exceção da liberação das gratificações – que serão debatidas novamente no próximo mês de setembro – todas as solicitações foram atendidas e um acordo seria assinado para que fossem liberadas as verbas para isso. “Eles nos disseram que o Orçamento do município já havia sido ultrapassado e que por isso não poderiam liberar as gratificações agora, mas que em setembro uma reunião seria marcada para que a gente pudesse discuti-lo”, disse. Entre outras, as principais reivindicações feitas foi o pedido de novos profissionais, mais carros para que as fiscalizações pudessem acontecer de forma mais ágil e a criação de infraestrutura que viabilizasse a finalização dos seus serviços – como a aquisição de mais computadores – e melhoria nas condições de trabalho. “Na assembleia, os membros do sindicato poderão discutir a proposta feita pela Prefeitura e votarem se ela será aceita ou não, dando um rumo à greve, se ela será suspensa ou se vai continuar”, disse Marilda. JORNAL DE FATO PREFEITURA REPASSA 8ª PARCELA PARA CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL DO CÂNCER Com cerca de 70% da obra concluída, a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) recebeu mais uma parcela de R$ 50 mil da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) para a construção da sede do serviço de radioterapia de Mossoró. A oitava parcela completa os R$ 400 mil, dos R$ 500 mil prometidos pelo Poder Público. A obra já está em andamento há dois anos e a previsão é que até o final de abril esteja concluída. O coordenador das obras, empresário Neuzo Leite, que responde pela direção de Assuntos Sociais da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró, estima que até abril do próximo ano a sede esteja sendo entregue. “Já estamos na fase de acabamento das obras”, detalha Leite. O hospital é composto de três salas para radioterapia que, segundo estimativas do empresário, deverão atender a uma média de 200 pacientes por dia. No início desta semana, a prefeita Fafá Rosado, acompanhada do secretário da Cidadania, Francisco Carlos, e da gerente da Saúde, Jaqueline Amaral, visitou os diversos setores da obra da radioterapia. As obras estão sendo realizadas pela Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer, com o apoio da sociedade civil. Logo na chegada à sede do futuro hospital, Fafá Rosado ressaltou que a construção do serviço de radioterapia representava a concretização de um sonho dos mossoroenses. “E, desde o início, esse projeto tem tido o apoio necessário da Prefeitura. Primeiro, doamos o terreno para a localização da obra”, lembrou Fafá, completando que, “como a Liga do Câncer não tinha recursos financeiros para iniciar o projeto, a Prefeitura não apenas doou o terreno, como também garantiu a dotação financeira necessária para que a instituição pudesse iniciar o projeto”. CORREIO DA TARDE POPULAÇÃO AGUARDA FIM DAS OBRAS A saúde na capital potiguar começa a dar os primeiros sinais de reestruturação. Diversas unidades de saúde foram fechadas e interditadas devido a precariedade da estrutura dos prédios. No entanto, alguns centros de saúde espalhados pela cidade estão passando por uma série de reformas. Um exemplo é a unidade de saúde da comunidade do Passo da Pátria, que há algum tempo estava praticamente sem funcionamento devido às condições precárias decorrente do alagamento ocasionado pelas chuvas e a depredação dos vândalos. O centro de atendimento passou por reformas e a obra já está concluída. Porém, de acordo com a gerente municipal da saúde responsável pelo Distrito Leste, Elizama Batista, a unidade ainda não foi aberta à população porque a cadeira odontológica não foi instalada. Enquanto não é entregue à sociedade, o atendimento de saúde para a população do Passo da Pátria está sendo realizado na Casa do Estudante, próximo à comunidade. A gerente garante que as duas equipes do Programa Saúde da Família (PSF), as quais atuam no centro de saúde, estão completas com todos os profissionais: médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes de saúde. “Só está faltando fazer o remanejamento dos móveis”, afirma Elizama. Centro Odontológico A unidade de referência no atendimento odontológico Dr. Morton Mariz de Faria, localizada no bairro da Ribeira, em Natal está sem funcionar desde o último mês de maio, devido a problemas de infiltrações que acabaram comprometendo o teto de gesso do prédio bem como as instalações elétricas do local. Entretanto, na época, a gerente de saúde no município do Distrito Leste, Elizama Batista, garantiu que a reforma seria iniciada até o início do mês de junho. O que não aconteceu. As obras foram iniciadas somente na semana passada, na quarta-feira (9). O teto de gesso que estava comprometido devido às infiltrações da água da chuva foi totalmente retirado de todo o prédio. Com isso, era possível se observar as goteiras e aberturas nas telhas.A reforma deve durar, no mínimo, três meses. Segundo informações de pessoas que preferiram não se identificar, apesar de o prédio ter sido interditado em maio, o atendimento ambulatorial já estava paralisado desde o início do ano devido à falta de profissionais. O atendimento no Morton Mariz passava por procedimentos como extração, canais, radiologia e cirurgias, além de ser a única unidade especializada capaz de receber pacientes com necessidades especiais, como deficientes mentais. A Faculdade de Odontologia também realizava atendimento aos portadores de deficiência, mas desde abril paralisou esse tipo de atendimento, de acordo com informações do presidente do Conselho Regional de Odontologia (CRO-RN), Eimar Lopes. Atualmente, quem necessita de atendimento odontológico de urgência é aconselhado a buscar as unidades de saúde de Mãe Luíza, Cidade da Esperança, Pajuçara e Satélite. No entanto, a equipe do CORREIO DA TARDE entrou em contato com os pronto-socorros e os atendentes revelaram que os únicos procedimentos realizados eram apenas para aliviar a dor de dente. REGIONAL DE SAÚDE PROMOVE OFICINA SOBRE HUMANIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A II Unidade Regional de Saúde Pública (II URSAP) através dos Núcleos de Humanização e Qualidade de Vida no Trabalho e Capacitação realiza dia 17 de julho de 7h30 as 17h30 no auditório do Hotel Vila Oeste, uma Oficina sobre a Política de Humanização e Qualidade de Vida no Trabalho direcionado aos gestores e servidores da II URSAP. Segundo a gerente da II URSAP, assistente social Roberta Fernandes, o objetivo do evento é sensibilizar os servidores da unidade e fomentar discussões dos princípios e dispositivos da Política Nacional de Humanização e os processos de trabalho na construção da saúde, visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados. Dia 17 de julho não haverá expediente externo na II URSAP e UNICAT em função da realização da oficina destinada aos gestores e todos os servidores desta unidade de saúde e da UNICAT. Os usuários da unidade descentralizada da UNICAT, setor responsável pela distribuição de medicamentos de alto custo não deverão comparecer à unidade. Segundo o técnico do Núcleo de Humanização da II URSAP, Erialdo Rebouças, o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é muito abrangente, e necessita ser definido com clareza, uma vez que as posições profissionais dos trabalhadores dentro de uma organização são formas de satisfazer suas necessidades de toda ordem, com reflexos evidentes em sua qualidade de vida. A qualidade de vida dos servidores influi diretamente na execução das metas de uma instituição. “A qualidade de vida no trabalho não abrange somente os fatores diretamente relacionados à saúde, tais como bem estar físico, funcional, emocional, bem-estar mental, mas, elementos como trabalho, amigos e outras circunstâncias de vida”, destaca a coordenadora de Gestão de Trabalho da II URSAP, Silvéria de Lourdes Vieira. A Política Nacional de Humanização está vinculada a Secretaria de Atenção à Saúde no Ministério da Saúde e propõe mudanças nos modelos de atenção e gestão da saúde pública no Brasil. JORNAL DE HOJE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS CONTINUAM SENDO ATENDIDOS NO HOSPITAL DOS PESCADORES Quase um mês após a remoção de alguns pacientes psiquiátricos, do hospital João Machado – interditado eticamente pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) – para o hospital dos Pescadores, nas Rocas, usuários e acompanhantes reclamam das condições às quais estão submetidos no pronto-atendimento municipal. Com a finalidade específica de atender aos casos de urgência e emergência em clínica médica e pediátrica, o PA oferece pouco espaço, apesar de a situação ser provisória. “A transferência definitiva para outra unidade, como a Casa de Saúde, deverá ser feita até amanhã”, conta o diretor do hospital dos Pescadores, Josenildo Barbosa de Lira. No entanto, uma das técnicas em enfermagem do João Machado, que auxilia os pacientes nas Rocas e que não quis ser identificada, revela que a direção do HJM ainda não fez qualquer comunicado oficial à equipe sobre a transferência. O espaço reduzido a praticamente uma sala, com sete leitos, e um corredor para os usuários psiquiátricos gera desconforto não somente para eles, mas para seus familiares e para os pacientes da clínica médica que utilizam o PA. Segundo Josenildo Barbosa, 13 pacientes estão na observação, mas apenas sete possuem leitos para ficar; o restante fica nas cadeiras e bancos espalhados pelo corredor, juntamente com os acompanhantes, que passam as noites ali. “Tivemos que aceitar isso, porque seria provisório, mas a situação vai ficando insustentável, principalmente, porque, como as pessoas já estão sabendo, a demanda de psiquiátricos está aumentando. Os pacientes ficam assustados com a presença deles, especialmente as crianças, quando estão em crise. Outro dia, um deles agarrou uma funcionária e teve que ser algemado e, outro, arrombou a porta do banheiro”, relata. Uma equipe de doze profissionais, por plantão, entre psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social, farmacêutico e quatro técnicos de enfermagem, realizam a assistência no PA das Rocas. Os familiares e acompanhantes estavam nervosos, hoje pela manhã, com a realidade que custa a ser mudada. A dona de casa Aldenira do Nascimento chegou de Arez há cinco dias e está nos bancos do corredor aguardando a internação da filha, de 24 anos, portadora de transtornos mentais, em uma unidade psiquiátrica. “Não consigo dormir há dias e tive que deixar minha outra filha, que também tem doença mental em casa, para estar aqui. Queria que a internassem logo”, desabafa, aos prantos, a mulher. Outra condição inadequada, denunciada pelos familiares, foi a de deixar pacientes masculinos e femininos no mesmo espaço, justamente por falta de estrutura. “Não estamos conseguindo trabalhar, porque temos que ficar aqui aguardando vagas com eles. Muitas vezes, temos, nós mesmos, que apartar brigas entre os doentes mentais. Não há segurança. É revoltante, porque a gente paga por isso”, reclama a auxiliar de serviços gerais, Dulcineide de Souza. Assistência psiquiátrica é precária em todo o Brasil A precariedade na assistência aos pacientes mentais é uma realidade que não se limita somente ao Rio Grande do Norte, mas é comum em todo o Brasil. É o que constata o psiquiatra e presidente da seccional nordestina da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Edson Gutemberg. Um levantamento está sendo feito pelos especialistas de todas as regiões brasileiras, associados à Fenam, para mapear as condições de tratamento da doença mental. O documento resultará em um diagnóstico nacional, que será apresentado durante um encontro maior, até o final deste ano, em Brasília. A primeira região a se reunir para as discussões será a Nordeste, nesta sexta-feira, dia 17, com a Comissão de Psiquiatria da Fenam, em Salvador-BA. Na pauta, situações como a intervenção do hospital João Machado, em Natal, que demonstra a crise da assistência psiquiátrica, ganharão destaque – enfatizado especialmente na colocação do psiquiatra Edson Portela, que participará do evento. Ele apresentará um estudo que mostra o aumento do número de mortes dos pacientes mentais devido à falta de assistência. “Fecham os hospitais, mas não se apresenta uma alternativa e não há vagas nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPs). Com isso, o quadro do paciente se agrava”, relata Gutemberg. Com os dados diagnosticados, a entidade trabalhará para sensibilizar o poder público, com o Congresso Nacional e o Ministério Público, a fazerem essa situação finalmente mudar para melhor. SAÚDE E GENEALOGIA: DIÁLOGOS DO ALÉM O Tenente Cirurgião Francisco Martins Ferreira acompanha, lá de cima, a carreira médica de seu trineto Thiago. Ele, quando na terra, viveu um período curto de vida. Nasceu em 7 de outubro de 1841, em Macau e faleceu no dia 5 de outubro de 1877, de hidropisia, com menos de 36 anos. Os recursos da Medicina eram parcos. Um dia desses Francisco Martins conversava com outros ascendentes de Thiago sobre a carreira médica, hoje em dia. Dizia: cada época tem as suas vantagens e desvantagens. Não parece existir uma melhor do que a outra e o que se ganha de um lado se perde do outro. Sei que se vivesse hoje, lá na terra, não teria morrido tão cedo, em virtude do avanço da medicina. Minha primeira esposa Francisca Paula morreu de parto, aos vinte e cinco anos, quando teve seu segundo filho. Do segundo casamento com Antonia Lourença Dias da Rosa, sobreviveu apenas um filho. Vicente Ferreira Xavier da Cruz, primeiro sogro de Francisco, entrou na conversa: Eu também tive meus percalços na vida. Fiquei viúvo da minha primeira mulher Maria Francisca Duarte e perdi meu filho Vicente Ferreira Xavier de Azevedo que faleceu de febre amarela com apenas 30 anos de idade. Depois, alem da perda de Francisca Paula citada acima, minha outra filha Maria Ignácia teve 21 filhos, dos quais sobreviveram apenas 6. Ainda bem que não sobrevivi para ver as mortes trágicas de meus netos, José da Penha, assassinado, e José Anselmo, envenenado. João Felippe da Trindade, cunhado de Francisco Martins e, depois, sogro de Maria Josefina, filha do Tenente, entrou na conversa. Vejam, morri de picada de cobra, aos 75 anos. Vi, durante minha vida, muitas mulheres jovens morrerem de parto. Muitos morriam tísicos, como meu pai João Miguel da Trindade, que faleceu com 75 anos de idade. Meu irmão Manoel Jacinto casou, em 1866, com Josefa Francisca que faleceu três anos depois, de hemorragia. Em 1870, ele casa com Ana Maria da Conceição, minha cunhada. A filha deles, Maria, morreu de garrotilho com a idade de 2 anos e três meses. Em 1871, Manoel Jacinto morre tísico, com 38 anos de idade. Em 1877, Ana casa com Manoel Olímpio Cavalcante. Este último, por sua vez fica viúvo e casa com Emygdia Avelino em 1888. Miguel Francisco da Costa Machado, irmão de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e sogro de João Felippe e de Francisco Martins, diz: eu tive mais sorte que vocês quanto ao tempo de vida na terra, pois morri com a idade de 94 anos. No meu registro de óbito consta que a causa morte foi velhice. Entretanto, passei por outras dificuldades já citadas acima, como a morte de minha filha Anna Maria, dos meus genros Francisco Martins e Manoel Jacinto. Minha esposa Anna Barbosa, faleceu antes de mim, com a idade de 50 anos, de moléstia interior. Outra filha Theresa de Jesus ficou viúva de seu primeiro marido Francisco Pedro Xavier da Costa com quem casou, em 1855. Em 1864, casou com Juvêncio Tassino, casamento que durou 5 anos, pois, faleceu antes de completar 40 anos de idade, em 1869. Meu filho Antonio Francisco da Costa Machado casou três vezes, por conta dos falecimentos de suas esposas. O Tenente Cirurgião Francisco Martins retoma a palavra, dizendo: Hoje em dia a Medicina avançou muito e as pessoas vivem mais. Entretanto, em sua grande maioria, os médicos estudam mais tempo e adquirem maiores experiências, embora, nem sempre sejam reconhecidos nos seus trabalhos no serviço público. Vejam o percurso que fez meu trineto Thiago. Passou no vestibular, com apenas 16 anos de idade. Ao terminar o curso de Medicina foi aprovado em 4 concursos para Residência Médica, no Brasil, tendo optado por Porto Alegre. Por convocação da Marinha, adiou a sua ida. Após um ano de serviço como 2° Tenente Médico RNR, casou e partiu para Porto Alegre, onde já se encontrava sua esposa, Dúcia, fazendo pós-graduação em Odontologia. Lourença Dias da Rosa, mãe de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Miguel Francisco da Costa Machado, oriunda aqui de São Gonçalo, contribui com mais informações. Em Porto Alegre, meu pentaneto, Thiago, fez Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Especializou-se em Curso de Formação Terapia Familiar e de Casais no Instituto de Família em Porto Alegre, fez Mestrado em Epidemiologia e pagou créditos de Doutorado, na UFRGS. O Tenente Coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa informou que seu pentaneto foi aprovado como médico da Prefeitura de Gravataí onde trabalhou por mais de 2 anos, tendo, inclusive, exercido interinamente a Secretaria Municipal de Saúde daquele Município. Foi, posteriormente, aprovado e contratado como professor substituto da UFRGS, em Porto Alegre. Fez, ainda, concurso para prestar serviço como médico do PSF da Prefeitura de Porto Alegre. Alexandre Avelino da Costa Martins, tetravô, explicou que Thiago tinha passado pela segunda vez em um concurso da Prefeitura de Natal, tendo assumido em outubro de 2008, o cargo de médico, e, atualmente, serve em um posto de Felipe Camarão. Thiago vem lutando para conseguir uma gratificação de atenção básica sem sucesso. Recebe liquido por seu trabalho, menos de R$ 1100,00 e a única gratificação que recebe é uma produtividade, com todo o currículo que tem. Doutor Téodulo Avelino, fundador da cadeira de Cardiologia da UFRN, primo carnal do bisavô de Thiago e da Trisavó da Prefeita de Natal lembra que a mesma prometeu se dedicar de corpo e alma a questão da saúde, mas não consegue resolver uma questão tão primária para a qualidade da saúde que é a atribuição de uma gratificação inerente ao cargo. Maria Josefina Martins Ferreira contou que seu bisneto já tinha ido várias vezes a SMS, tendo inclusive conversado com o Secretário anterior. Seis meses sem solução, Thiago enviou uma correspondência para a Prefeita com cópia para o Secretário de Administração e outra para o Secretário da Saúde e não tinha até o presente resposta de coisa alguma. Vicente Ferreira da Costa e Mello do O\’ contou que o pai de Thiago já tinha conversado com o Secretário de Administração, o Adjunto da Saúde e o Adjunto da Casa Civil, todos prometendo empenho, mas nada até agora. Mais ainda, João Felipe foi até o Palácio Felipe Camarão tentar agendar uma audiência com a Prefeita desde 21 de maio de 2009 e até agora não obteve nenhuma promessa de reunião. Por fim, os ascendentes de Thiago suspenderam a reunião para fazer uma concentração espiritual a favor da saúde de Natal. Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5357 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9911-6570

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