atosaopaulo3Para marcar o encerramento da Semana Nacional de Mobilização para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a ONG Mães da Sé fizeram um ato na tarde do dia 31 de março, na Praça da Sé, no centro da capital paulista, para mobilizar a sociedade para o problema dos desaparecimentos, calculados em cerca de 50 mil pessoas por ano. Estima-se também que quase 250 mil pessoas estejam desaparecidas no Brasil.
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“Esse é um movimento importante de resgate deste grave problema que afeta a sociedade brasileira, notadamente a mais carente. Queremos pedir aos médicos para que fiquem atentos, principalmente os da área de Pediatria, pois é cada vez maior o número de crianças desaparecidas”, alertou o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima.
 
O ato iniciou com manifestações de cerca de 100 familiares que levaram cartazes dos parentes desaparecidos e pediram soluções dos casos. Diversas autoridades fizeram o uso da palavra e cobraram políticas públicas para o setor. Dentre eles, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Suplicy, que ressaltou a importância da mobilização e solicitou que as informações sobre crianças desaparecidas sejam transmitidas às autoridades. “Isso significará uma esperança para pais e mães nessa busca. Sou pai e avô, imagino o sofrimento que seria perder alguém”.
 
Ao final do ato foram soltos mil balões brancos em homenagem às crianças e adolescentes desaparecidos, e realizada a celebração de uma missa na Catedral da Sé.
 
 
O problema – Em São Paulo, no ano passado, desapareceram 33 mil pessoas, das quais 28 mil foram localizadas. O estado se destaca como o que mais desaparecem pessoas – cerca de 100 por dia – de acordo com dados da própria Delegacia de Pessoas Desaparecidas. Deste total, 40% se refere à crianças.
 
“Infelizmente, não temos uma estatística precisa, porque não temos cadastro unificado de pessoas desaparecidas. É uma situação vergonhosa, mas é a nossa realidade”, disse Ivanise Esperidião, fundadora e presidente da ONG Mães da Sé. Segundo ela, um cadastro nacional foi lançado pelo governo federal em 2010, mas “nunca chegou a operar”. Por isso, ela questiona: “Como é que o governo diz que desapareceram 40 mil crianças por ano e, se você entrar no cadastro, aparecem apenas 341 [crianças desaparecidas] no sistema? Vivemos o mais profundo descaso e abandono em todas as esferas de governo”.
 
altJunto aos médicos - O CFM quer contribuir para reverter esta realidade. Por isso, desde 2011, o CFM desenvolve junto à categoria uma campanha de conscientização para que profissionais e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar observem e ajudem no esforço contra o desaparecimento de menores.
 
“Divulgando essa recomendação, alertamos o médico sobre como abordar a questão da criança desaparecida”, ressaltou Henrique Batista, secretário-geral do CFM e membro da Comissão de Ações Sociais do CFM. Ele apontou as orientações da Recomendação CFM nº 4: “observar como o menor se comporta com o acompanhante, se demonstra medo, choro ou aparência assustada; observar se existem marcas físicas de violência, como cortes, hematomas ou até abusos.
 
A ação do CFM também foi reforçada pelos Conselhos Regionais. “Apoiamos essa iniciativa e pedimos aos médicos, principalmente os que atendem crianças e os ginecologistas que acompanham parto, que observem o comportamento de seus pacientes como ação preventiva”, afirmou Ruy Tanigawa, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e conselheiro suplente representante de São Paulo no CFM.
 
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