Semana de mobilização terá atos públicos em Curitiba e em São Paulo

Semana de mobilização terá atos públicos em Curitiba e em São Paulo

Para chamar a atenção dos médicos e da sociedade sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) programa dois atos públicos durante a Semana Nacional de Mobilização para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida, que acontece entre 25 e 31 de março.

No dia 25 de março, a entidade promoverá um ato simbólico em Curitiba (PR), o ponto de encontro será na Boca Maldita, no centro da cidade. “O espaço foi palco de diversas manifestações dos médicos paranaenses. Agora, a categoria terá a oportunidade de mostrar que também está preocupada com o tema ‘crianças desaparecidas’”, disse o conselheiro do estado no CFM, Donizetti Giambernardino Filho.

A capital paranaense é reconhecida como exemplo nacional e internacional na busca dessas crianças. O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas do Paraná (Sicride) tem números de resgate superiores a 93%, muito diferente da realidade brasileira como um todo, que é de 15%, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

O segundo evento está confirmado para a cidade de São Paulo, no dia 31 de março. A ação tem parceria com a Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), conhecida como “Mães da Sé”. As entidades também promoverão um ato público por políticas públicas de enfrentamento ao desaparecimento de crianças e adolescentes na Praça da Sé, no centro de São Paulo.

Orientação aos médicos – A fim de colaborar, o CFM publicou a Recomendação CFM nº 4/2014, alertando os profissionais médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar para que, ao atender uma criança, fiquem atentos a procedimentos que auxiliam na busca por crianças desaparecidas.

O documento do Conselho orienta os médicos a prestarem atenção nas atitudes desses pequenos pacientes: “observar como ele se comporta com o acompanhante, se demonstra medo, choro ou aparência assustada; observar se existem marcas físicas de violência, como cortes, hematomas ou até abusos”.

A Recomendação do CFM ainda alerta que os médicos peçam a documentação do acompanhante. Conforme a orientação do documento, “a criança deve estar acompanhada dos pais, avós, irmão ou parente próximo. Caso contrário, pergunte se a pessoa tem autorização por escrito”. Além disso, recomenda-se “desconfiar se o acompanhante fornecer informações desencontradas, contraditórias ou não souber as perguntas básicas”.

O problema do desaparecimento – No Brasil, são registrados em média 50 mil casos de desaparecimento de crianças e adolescentes por ano. O estado de São Paulo detém 25% desse número, representando o maior índice, seguido do Rio de Janeiro e dos estados do Nordeste. Estima-se, ainda, que quase 250 mil estejam desaparecidas no país.

De acordo com a presidente da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião, dados da Delegacia de Pessoas Desaparecidas de São Paulo mostram que, em 2005, sumiram 18.702 pessoas no estado, enquanto em 2013 foram 23.194 casos. Membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva aponta que um dos principais problemas é a falta de um cadastro nacional – havendo grande expectativa em relação ao seu funcionamento efetivo, que apesar de ter sido criado por lei em dezembro de 2009, deixa as famílias sem suporte oficial.

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