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TRIBUNA DO NORTE WALFREDO GURGEL VIVE SITUAÇÃO DE CAMPO DE GUERRA As palavras hospitaleiro e hospital guardam a mesma ligação etimológica. A primeira se refere a algo ou alguém que acolhe de maneira satisfatória um hóspede ou visitante. A segunda se refere a um local para atender doentes. Hoje, o maior hospital do RN, o Walfredo Gurgel, consegue magicamente romper a ligação histórica entre as duas palavras. Não se trata de um “hospital hospitaleiro”, com o perdão do trocadilho. Com o peso de uma infinidade de problemas do sistema de saúde nas costas, o Walfredo não consegue desempenhar sua função com qualidade. A reportagem da TN conviveu durante 24hs com pacientes e funcionários do HWG, no fim de semana passado. Na maior parte do tempo sem o conhecimento de usuários e profissionais, a reportagem conseguiu perceber, in loco, o que nem sempre fica claro, principalmente na cobertura da mídia: o Walfredo Gurgel é talvez o melhor hospital do Estado, referência em inúmeras áreas e que faz um trabalho social indispensável ao Rio Grande do Norte. Mesmo assim, a unidade não consegue satisfazer minimamente as expectativas da sociedade, da própria equipe de profissionais e do Governo do Estado. Por que? Se fosse possível resumir as falhas de sistema que minam o trabalho do Hospital e que transformam os plantões do Walfredo em um campo de batalha, três seriam destacadas: falta de recursos humanos, superlotação e falhas no abastecimento. Os três problemas combinados levam ao Hospital uma insatisfação extrema tanto por parte de quem espera ser atendido quanto de quem realiza o serviço. Por vezes, os dois lados do balcão entram em conflitos. No fim, a população é atendida, salvo exceções. Na fila do setor de ortopedia, pacientes choram. Copiosamente. Um deles é Osair Cardoso. O jardineiro sofreu um acidente de moto e tem escoriações nas pernas, no tórax e na cabeça. O caso não é dos mais graves. Ele pode esperar. Mas não sem dor. Sua esposa, Emiliana Pinheiro tenta de tudo para diminuir o sofrimento do companheiro. Não há plantonista para aplicar outro analgésico. Emiliana discute com o enfermeiro. Por sua vez, o enfermeiro, agitado, reclama, poucos minutos depois, com o maqueiro, que, logo , se desentende com outro maqueiro. Insatisfação toma conta dos corredores do HWG O problema dos recursos humanos é um dos que mais compromete o funcionamento do hospital Walfredo Gurgel. Independente dos motivos que levem à falta de médicos (salários baixos, mau gerenciamento da escala e até indolência dos profissionais são os mais citados), o paciente quer ser atendido. É bom não esquecer que tanto o acompanhante quanto o paciente que esperam na fila estão num momento de extrema fragilidade. Estão sofrendo. Dessa forma, não é de se estranhar que usuários do serviço se exasperem quando o sistema falha. E a reclamação é para o primeiro que aparece. Tudo isso é ampliado com uma lente de aumento cruel. O Walfredo tem mais de 40% de atendimentos com pacientes que sequer são da capital. Pessoas que deveriam ter sido atendidas em um hospital regional no interior do Estado, como o Tarcísio Maia em Mossoró. O resultado do teorema é uma constante superlotação. O Walfredo Gurgel recebe hoje toda a demanda do Rio Grande do Norte e isso foi percebido de forma extrema durante a permanência da reportagem no Hospital. Das mais de 15 pessoas com que conversamos, 80% eram do interior. Campo Redondo, Santa Cruz, Tangará, Mossoró, Santana dos Matos. A presença de ambulâncias dessas cidades na frente do Hospital também não são raras. Com isso, as falhas que competem exclusivamente ao Walfredo Gurgel ganham uma dimensão ainda maior. Assim, os funcionários passam o dia e a noite ouvindo a mesma reclamação. Não tem paciência que aguente. A equipe do Walfredo Gurgel aparenta absorver o fato de ser a porta de entrada das reclamações que na maioria das vezes não lhes compete resolver, tendo em vista que são falhas de um sistema maior, ou pela via do revide ou através da indiferença. Ou seja, alguns respondem, muitas vezes na mesma medida de grosseria que os usuários por vezes se utilizam, outros simplesmente não estão nem aí. É compreensível. Não há dúvidas de que o atendimento do Walfredo Gurgel deixa a desejar em inúmeros pontos, mas nem sempre por culpa dos funcionários. “O problema do Walfredo não é só do Walfredo. É o problema do Estado todo. É por isso que os pacientes brigam com a equipe, que trabalha sob forte tensão”, explica um enfermeiro, aprovado no último concurso da saúde, que preferiu não se identificar. A mesma situação é relatada pelo ortopedista Rogério Nobre, que estava de plantão no último fim de semana (30/05). A pressão sobre ele chegou ao ponto de os pacientes e acompanhantes irem até o centro cirúrgico para obriga-lo a atender no pronto socorro. “Nós tivemos seis cirurgias hoje à noite e é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo”, diz Rogério. E complementa: “A maioria dos pacientes tem problemas que não deveriam ser atendidos aqui. São situações que podem ser resolvidas num pronto-atendimento”. Na noite do domingo (31/05), a reportagem encontrou a técnica de enfermagem Gláucia (nome fictício, a personagem não quis se identificar). Ela havia levado o filho de 21 anos para ser atendido no Walfredo Gurgel por conta de uma dor de dente. “Ele extraiu um dente e tomou um remédio indicado por um farmacêutico. Hoje, a boca dele estava inchada e o único local com atendimento é o Walfredo”, diz Gláucia. As condições de trabalho são mais um componente que complica o funcionamento da pesada estrutura do Walfredo Gurgel. De acordo com o farmacêutico Carlos Farias, a farmácia do Hospital nunca esteve completamente abastecida. Em decorrência, é comum que faltem insumos. Durante o domingo, a reportagem percorreu os laboratórios e farmácias do Hospital e constatou a ausência de papel toalha, intracat (instrumento necessário para pulsionar veias) e lâminas e reagentes para o laboratório. Vários equipamentos estavam quebrados. Não são poucos os procedimentos que ficam muito mais difíceis, ou até mesmo inviáveis, sem alguns reagentes e eletrólitos. Quanto ao Raio-x, o funcionário Hilton Duarte contou que o equipamento vive quebrado. São falhas que nem sempre inviabilizam o atendimento, mas que contribuem para um grande desconforto. O Walfredo Gurgel atende mensalmente 12 mil potiguares. Em todo o Estado é a principal porta de assistência à população. A vocação do Hospital é o atendimento de politrauma, vítimas de acidentes e violência urbana. Situações graves. No entanto, a equipe de 1.810 funcionários não se furta a atender todo e qualquer problema de saúde. A sindicalista Sônia Godeiro resume o paradoxo: “O Walfredo Gurgel é um ótimo hospital com muitos problemas”. Uma noite no Walfredo Gurgel 19h: Macas e gentes transitam pelo Hospital Walfredo Gurgel. É hora de troca de plantão, o momento perfeito para se adentrar na estrutura do hospital. Os funcionários que estiveram desde às 07h da manhã do sábado se despedem dos que agora chegam para ficar até às 07h do domingo. A missão da reportagem é clara: observar todo o movimento das 12h de plantão noturno do sábado (30/05), que começa tranquilo. Características negativas que marcaram a história recente do Walfredo apresentam relativa melhora. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE contou “apenas” 20 macas nos corredores principais do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho. Claro, não deveria haver nenhuma. Mas é bom não esquecer que os apertados corredores do hospital já chegaram a abrigar mais de 60 macas. O movimento no setor de Politrauma, responsável pelo primeiro atendimento de acidentes, tiros, facadas, etc, está calmo. No entanto, os primeiros ecos de lamento já podem ser ouvidos no setor de Ortopedia. O médico que acabara de deixar o plantão (Dr. Thiago) há tempos tinha abandonado os atendimentos no Pronto-Socorro para realizar cirurgias. São dois médicos de plantão no fim de semana, quando o recomendável é quatro profissionais. O corpo clínico alega que cada procedimento cirúrgico necessita de dois cirurgiões, sendo um auxiliar. Por isso, a ausência de médicos no Pronto-socorro. À espera de atendimento, estão pacientes de todo o Estado. Campo redondo, Santa Cruz, Natal, Tangará, Mossoró. Os casos são sempre os mesmos: pernas e braços fraturados, entorses, em sua maioria casos simples. Enquanto os médicos não chegam, o clima na fila é tenso. Pacientes deitam no chão por falta de macas ou por pura impaciência. Outros choram a dor do membro fraturado. Após meia hora, os responsáveis pelo segundo plantão do sábado chegam e a fila, que continha pessoas com mais de cinco horas de espera, começa a andar. 21h: O ar tenso e murmurante do Walfredo Gurgel é cortado pelos gritos de J.E.A . Vítima de envenenamento, o homem de 45 anos não suporta com calma as dores do “veneno de rato” que consome o seu corpo. A partir de agora, todo o setor de urgência do Walfredo Gurgel está fadado a conviver com seus lamuriosos “ais” durante a noite. Erivaldo ainda está no ambulatório e tem a companhia de um sobrinho. Ao mesmo tempo, o bom andamento da fila da ortopedia é interrompido. Os dois médicos de plantão precisam correr ao centro cirúrgico e mais uma vez o atendimento é paralisado no setor. Alguns pacientes se dirigem até o Raio-x para depois terem de voltar para um novo exame com o ortopedista. A partir daí, alguns se encaminham para a sala de gesso, nos casos mais simples, outros para o centro cirúrgico. Dessa maneira, os primeiros atendidos do plantão das 19h voltam para a mesma fila, que não para de crescer, inchada pelo contínuo de pacientes de todo o Rio Grande do Norte, que chegam a todo o momento. Na reanimação, uma cena pitoresca. Duas senhoras discutem com a plantonista da reanimação. O motivo é simples. Elas querem jantar no corredor do hospital enquanto esperam por notícias da mãe, vítima de problemas cardíacos, que está sendo atendida naquele momento. A funcionária explica que é proibido comer ali. As duas argumentam que não querem sair de perto da mãe e perguntam repetidamente se tudo ficará bem. Não sei, responde a funcionária, e pede de forma não muito educada que as duas comam em outro lugar. Elas obedecem. 22h30: A falta de ortopedistas começa a irritar os pacientes. Um acompanhante, que se diz funcionário da Caern, cansa de esperar pelo atendimento para sua esposa e incentiva seus companheiros de fila a protestarem. Frente a inércia de todos, o homem levanta e reclama com o primeiro que vê pela frente. No caso, trata-se do funcionário da farmácia. A cena não pareceu exatamente inédita para o plantonista da farmácia satélite do Walfredo. Muito pelo contrário, o funcionário fez uma cara de quem já havia presenciado aquilo muitas outras vezes. O acompanhante esbraveja que sua mulher está sentindo dor e que ele exige atendimento. Como era de se esperar, o farmacêutico faz pouco caso, diz que o problema não é com ele e fica de cara amarrada. “Comigo você pode é reclamar que eu não posso fazer nada”, exclama. O clima de conflito entre usuários do serviço de saúde e profissionais do Walfredo Gurgel se instala. Daqui em diante não serão raros diálogos ríspidos tanto entre pacientes e funcionários quanto entre funcionários e funcionários. Dois casos mais complicados chegam. Um de um acidente de moto e outro de um braço fraturado. Os dois pacientes choram copiosamente no corredor enquanto os médicos se demoram no centro cirúrgico. O movimento no setor de politrauma começa a se intensificar. São pacientes que sofreram facadas, tiros e acidentes de moto. Alguns estão embriagados e iniciam discussões com os profissionais de saúde do atendimento. Um por pouco não é expulso do hospital e outro é liberado por falar palavrões e agredir verbalmente as enfermeiras. Comentário entre os médicos de plantão: “Hoje só veio figura”. 00h: Os gritos de J.E.A. repentinamente cessam. Pouco tempo depois, a correria de médicos é vista para o lado da reanimação. Erivaldo teve complicações e é reanimado pelos médicos do Walfredo Gurgel. No entanto, o veneno começa a fazer efeito. Os gritos triplicam em intensidade e agonia. Faz pena. É visível entre os funcionários o sentimento de que alguma coisa não iria sair bem. Pouco depois, um paciente defeca no corredor. Correria de enfermeiras e assistentes de serviços gerais. O odor é insuportável. No centro cirúrgico, alguns pacientes começam a ver sua situação melhorar. Thiago da Silva, de apenas 14 anos é um deles. Vindo de Campo Redondo com o braço quebrado, ele espera, junto do cunhado, Marcílio Fernandes, defronte à entrada do centro cirúrgico, pelo atendimento. Junto dele está Avelino da Costa, de 25 anos, de Mossoró. Ambos estavam na primeira turma das 19h e agora poderiam finalizar o atendimento para irem pra casa ou serem internados. No entanto, apenas o mossoroense consegue atendimento. Thiago da Silva é obrigado a voltar para a fila da ortopedia. 01h: O movimento até então calmo começa a se transformar na loucura de sempre. Acidentados e vítimas de violência chegam às pencas e os corredores voltam a ficar repletos de macas. O atendimento no ambulatório está corrido neste momento da noite. São seis pacientes com balão de oxigênio. Cerca de 20 pessoas se espremem na sala, por entre os vários compartimentos que a compõem. Os corredores ao lado começam a abrigar doentes e acompanhantes que tentam dormir na madrugada desconfortável do Hospital Walfredo Gurgel. Apaga-se a luz dos corredores e o sono corre solto. Acompanhantes dormem sentados. No politrauma, o trabalho fica intenso e alguns pacientes sobem para o centro cirúrgico enquanto a luta pela vida de J.E.A. fica cada vez mais difícil. Ele já não mais grita. Seu sobrinho percorre o corredor de um lado para o outro, nervoso. São vários profissionais tentando salva-lo, mas aos poucos perdem a guerra. Entre os enfermeiros e maqueiros corre o boato de que ele não resistirá. O som de seus gritos é substituído paulatinamente pelo ruído do aparelho que o manterá vivo por pouco mais de uma hora. 02h: Os pacientes da fila de ortopedia chegam no limite. Corre a história e a desconfiança de que os médicos estão fazendo corpo mole. Acompanhantes, como Fátima Bento Fernandes, de Tangará, que está com a mãe com um problema no braço, resolvem ir até o centro cirúrgico para exigir que os dois ortopedistas desçam e continuem o atendimento no pronto-socorro. Esse é o momento mais tenso da noite. Mais de seis pessoas tocam repetidamente a sineta do centro cirúrgico para atrair a atenção dos médicos. Ao identificar a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a dona de casa Edna de Souza mostra a guia de atendimento de seu filho, Felipe, de 13 anos, que havia fraturado o braço. Desde as 18h ela esperava passar por toda a estrutura de atendimento do Walfredo, desde o primeiro serviço até o último check-up e, finalmente, o momento de ir para casa. De acordo com o funcionário do Raio-X do Walfredo de plantão naquela noite, Hilton Duarte, já houve casos em que médicos foram agredidos por se ausentarem do pronto-socorro. “Eu mesmo já quase apanhei na cara”, diz Hilton. Mesmo sob a revolta dos pacientes, os médicos não se manifestam. O grupo ainda espera mais um pouco e resolve voltar para a fila. 03h: Erivaldo não resiste. No corredor o único som que se ouve é o da máquina que o mantia vivo, agora com aquele bip contínuo, típico de filmes. O sobrinho de Erivaldo parece atordoado. Agora é hora de resolver a burocracia que se segue à morte. Enquanto ele se dirige à assistência social para resolver a papelada, o atendimento na ortopedia é restabelecido. A fila anda. Thiago da Silva e seu cunhado, Marcílio Fernandes, finalizam o atendimento, mas agora se deparam com as dificuldades de voltar para Campo Redondo. Quando ambos já estavam conformados em esperar até a manhã por uma ambulância da Prefeitura local, aparece uma carona. Thiago, 14 anos, já dormia no chão da entrada do Walfredo. Ele aparenta sono e cansaço, mas com o braço quebrado numa queda de cima da árvore devidamente tratado. O encarregado do menino parece satisfeito. Fátima Fernandes também espera, do lado de fora do Walfredo, pela ambulância de Tangará. Sua mãe, Teresinha Bento, também teve seu problema resolvido. 04h30: O atendimento na ortopedia foi mais uma vez interrompido. A fila já está menor e menos barulhenta. A noite do Walfrego Gurgel é um tanto mais longa que a noite do resto da cidade. Apenas no fim da madrugada o Hospital adquire um clima de sono mais consistente. Agora, já não é mais possível ver a infinidade de maqueiros e enfermeiros que se deslocam pelos corredores. Tudo está calmo e o serviço de saúde fica restrito ao indispensável. 06h: Os dois plantonistas da ortopedia, de longe o setor mais problemático da noite, estavam conversando do lado de fora do hospital enquanto alguns pacientes esperam dentro da unidade de ortopedia. Abordados pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, explicam que a noite no centro cirúrgico foi agitada e que esse é o motivo de tantas ausências no pronto-socorro do setor. Mal conseguiu dormir e o Walfredo Gurgel tem de novamente acordar. A rampa de acesso ao Hospital já mostra ao longe mais um sinal de ambulância. Mais um potiguar para ser atendido. 07h: No total, o Walfredo Gurgel atendeu a 372 pacientes no período, segundo dados confirmados pela Assessoria de Imprensa do Hospital. 35 pacientes foram internados. O centro cirúrgico realizou 19 cirurgias. Noves fora a espera, a demora, a dor, o stress, a dedicação, o sono e o tédio, mais forte é a declaração de Teresa (nome fictício, pois a acompanhante não quis se identificar), há 21 dias com o marido internado em uma das U.T.I´s do Walfredo. “Se não fosse pela equipe do hospital, meu marido estaria morto agora”, diz. LIPOASPIRAÇÃO TEM RISCO? Recentemente, a condenação de um médico a oito anos de prisão pela morte de uma paciente em Goiânia, durante uma cirurgia de lipoaspiração, reaqueceu as discussões sobre a segurança desse tipo de procedimento. “Afinal, é seguro fazer uma lipo?”, querem saber os pacientes. Minha opinião, como cirurgião plástico há mais de 15 anos, responsável pela realização bem-sucedida em torno de 500 lipoaspirações é que sim. Devo destacar, contudo, que antes de se submeter à cirurgia, o paciente deve tomar alguns cuidados, entre os quais um dos mais importantes é se certificar de que seu médico possui o título de especialista em cirurgia plástica. Para isso, basta entrar no site da organização que concede esses títulos, a partir da realização de uma prova rigorosa todos os anos, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). O endereço é http://www.cirurgiaplastica.org.br/publico/index.cfm. Antes de marcar uma lipoaspiração, o cirurgião deve pedir uma série de exames pré-operatórios, como sangue, avaliação cardiológica e risco cirúrgico. É imprescindível que a cirurgia seja realizada em hospital ou clínica com CTI e, nos casos de lipo realizada sob sedação, anestesia geral ou peri-dural, é necessária a presença de anestesiologista. O paciente deve ter consciência de que a lipo não é um método emagrecedor. O médico só deverá retirar, na cirurgia, de 5% a 7% do peso corporal. Uma pessoa de 60 quilos perder, com segurança, de 3 a 4,2 quilos de gordura durante a cirurgia. O paciente que estiver muito acima de seu peso deve se submeter a dieta antes da operação. A lipo serve para delinear o contorno corporal com a retirada de gordura localizada de áreas como culotes, flancos (‘pneus’) e abdômem – aquelas gordurinhas que não saem com ginástica. A cirurgia também não trata celulite. A lipoaspiração não deve ser demonizada nem apresentada à opinião pública como perigosa e ameaçadora. Tampouco deve ser banalizada como um procedimento de consultório. Lipo é cirurgia plástica e como tal deve ser levada a sério. UM REFORÇO NO SISTEMA IMUNOLÓGICO Pesquisa com ratos descobre que remédio contra diabetes realça o poder dos linfócitos T e melhora efeito de vacinasChicago Um remédio de uso comum para o controle da diabetes estimula o sistema imunológico e potencializa os efeitos das vacinas e tratamentos contra o câncer. A equipe de pesquisadores das universidades McGill, no Canadá, e da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriu que a metformina – antidiabético amplamente difundido – aumenta a eficácia dos glóbulos brancos, também chamados de linfócitos T, do sistema imunológico, o que possibilita ao corpo reagir de forma mais contundente às vacinas antivirais e anticancerígenas. De acordo com os pesquisadores, os linfócitos T reconhecem agentes patogênicos de alguma doença ou infecção que esses glóbulos já combateram. Os cientistas explicam que é uma espécie de “memória química da doença” que permite ao corpo identificar e lutar contra os supostos corpos estranhos ao organismo. Essa “memória imunológica” foi estudada durante anos. Entretanto, até agora, não se conheciam bem os mecanismos celulares envolvidos. A pesquisa foi feita com ratos, mas acredita-se que o ser humano também reaja positivamente à metformina. Os pesquisadores afirmam ainda que podem “utilizar os tratamentos diabéticos para manipular a resposta das células T e aumentar o enfrentamento do sistema imunológico às infecções e ao câncer”. O especialista Russell Jones, da Universidade McGill, explicou que muitos genes que intervêm na regulação da diabetes também têm um papel na progressão do câncer. Além disso, existem dados que indicam que os diabéticos são mais propensos a certos tipos de câncer. “Nossos resultados são extremamente importantes e poderiam revolucionar as estratégias atuais tanto de vacinas terapêuticas como protetoras”, afirmou Yongwon Choi, da Universidade da Pensilvânia. Jones disse que o estudo é o primeiro a sugerir que “se centrando nas mesmas vias metabólicas que desempenham um papel na diabetes, é possível alterar positivamente a capacidade de resposta do sistema imunológico”. Os pesquisadores descobriram “por acaso” que a maneira como os linfócitos T metabolizam ou queimam osácidos graxos após um pico de infecção é essencial para criar a memória imunológica. “Quando demos metformina aos ratos, foi como dar um impulso à resposta das células T”, declarou Jones. Os cientistas decidiram empregar a metformina, remédio que atua no metabolismo dos ácidos graxos, para reforçar o processo de criação da memória imunológica, e demonstraram em cobaias que o medicamento “reforça a memória das células T e a consequente imunidade protetora de uma vacina anticancerígena experimental”. A metformina é empregada para tratar da diabetes tipo 2, que está relacionada à má alimentação e à falta de exercícios físicos e representa cerca de 90% dos casos da doença. Os resultados sugerem que tratamentos correntes contra a diabetes que atuam no metabolismo celular poderiam aumentar a memória das células T, estimulando o sistema imunológico, o que poderia levar a novas estratégias para vacinas e tratamentos contra o câncer. Estudo passo a passo: – A ciência sabe que os linfócitos T atuam no combate aos corpos estranhos e aos sinais de doença que atingem os organismos. Até agora, no entanto, desconhecia-se como essas células podiam ser fortalecidas. – A pesquisa ministrou metmorfina, substância utilizada contra a diabetes, em ratos e percebeu alteração na resposta imunológica e aceitação do corpo às vacinas antivirais e anticancerígenas. – Era conhecido que muitos genes que interferem na diabetes também provocam alteração na progressão do câncer. A partir disso, os cientistas abriram um flanco: se conseguirem controlar a evolução nos genes da diabetes, têm a chance de dominar o crescimento das células cancerígenas. – A pesquisa pretende concentrar os esforços para obter em seres humanos o mesmo efeito benéfico observado durante os experimentos com ratos. Incidência – Mundo: o diabetes virou a epidemia do século e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o planeta. Até 2025, a previsão é de que esse número chegue a 380 milhões. Estima-se que boa parte das pessoas que têm diabetes, doença que pode atingir crianças de qualquer idade, desconhece a sua própria condição. – Brasil: de acordo com o Vigitel 2007 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), a ocorrência média de diabetes na população adulta (acima de 18 anos) é de 5,2%, o que representa 6.399.187 de pessoas que confirmaram ser portadoras da doença. A prevalência aumenta com a idade: o diabetes atinge 18, 6% da população com idade superior a 65 anos DIÁRIO DE NATAL UNIMED REALIZA TREINAMENTO ABORDANDO PLANOS DE SAÚDE A Unimed Mossoró prossegue hoje com o Treinamento Jurídico – Contábil, que tem o tema: “Regulamentação dos Planos de Saúde”, ministrado pelos consultores da Strategy Consultoria, baseada em São Paulo – Capital, Daniel Januzzi e Célia Moreira Almeida. O evento iniciou ontem e é realizado, das 8h às 12h e das 14h às 18h, no auditório do Garbos Hotel. O treinamento tem duração de 16 horas, e é limitado a 30 pessoas, entre diretores, gerentes e assessores da Unimed local, incluindo convidados das Unimeds do Alto Oeste potiguar, Caicó, Currais Novos, Assu, Macau, e da Federação das Unimeds do Estado do Rio Grande do Norte, sediada em Natal. O programa foi elaborado pela Strategy, em conjunto com a Unimed Mossoró, e constam os seguintes temas: “Aspectos gerais sobre a Lei 9656/98; Aspectos gerais sobre a Lei 9961/00; Operadora de Planos de Saúde; Penalidades – RN nº 124/06; Taxa de Saúde Suplementar; Ressarcimento ao Sistema Único de Saúde – Art. 32 Lei 9656/98”. E, ainda, “Doenças ou Lesões Preexistentes – RN 162/07; Carências Legais; Rol de Procedimentos – RN nº 167/08; Demitidos e Aposentados/CONSU 19, 20 e 21/99; Inclusão de Recém Nascidos/ART 12, III “c”, Lei 9569/98; Produtos – RN nº 100/05 e IN 15/07 DIPRO; Rede Definitiva de Produtos; Contratos Privados de Assistência à Saúde; Planos para médicos cooperados e funcionários; TISS; Garantias Financeiras – RN nº 159/07 e RN nº 160/07″. Daniel Januzzi é bacharel em Direito pela PUC de São Paulo, com pós-graduação em o Direito Tributário pela Universidade Mackenzie, assessor jurídico especialista em regulamentação de saúde suplementar, palestrante dos Treinamentos In Company e Out Company direcionados a clientes, com atuação no atendimento direto às operadoras de planos de saúde. Célia Moreira de Almeida é graduada em administração de empresas pela FIG/SP, e em Ciências Atuariais pela PUC/SP. Palestrante dos Treinamentos In Company e Out Company, especialista em Garantias Financeiras e Provisões Técnicas, e consultora plena da Strategy. GAZETA DO OESTE EVOLUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO NO BRASIL É DISCUTIDA NO RN Discutir o Sistema Único de Saúde na sua universalidade é o objetivo da Caravana em Defesa do Sus que hoje está na agenda do Rio Grande do Norte. As apresentações começaram ontem pela manhã, no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves, na Cidade da Esperança, e prosseguiram até o fim da tarde. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) esteve presente com o secretário George Antunes. Na abertura, o tom da apresentação de todos os integrantes da mesa foi de reconhecimento dos avanços do Sistema Único, apesar dos desafios, sendo este momento uma oportunidade de discutir sua melhoria. A discussão principal de ontem, “Avanços e Desafios do Sus – 1ª Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Saúde e Seguridade Social”, mostrou a evolução de atendimento no Sistema Único no Brasil. Na apresentação do painel, pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Júnior, foram apresentados números sobre atendimento, gastos com medicamentos e quadro de doenças mais frequentes no País, com base em dados do IBGE. O secretário estadual de saúde, George Antunes, integrou a mesa representando o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS). Durante a tarde foi apresentado o painel “Avanços e Desafios do Sus no Rio Grande do Norte”, com participação da Sesap, do Ministério Público e Conselho de Secretarias Municiais de Saúde. Encerrando a programação, ocorreu a apresentação do painel “Sus como Patrimônio Social, Cultural e Imaterial da Humanidade”, pelo secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antônio Alves de Souza. Na abertura da Caravana, além da participação da Secretaria de Estado da Saúde Pública, representando o Governo do Estado, e do Conselho Nacional de Saúde, articulador do evento em todo o País, participaram ainda o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antônio Alves de Souza, representando o ministro José Gomes Temporão; a secretária municipal de Saúde de Natal, Ana Tânia Sampaio; a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Solane Costa, representando ainda o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Francisco Canindé; e a representante do Ministério Público Estadual, a promotora da Saúde, Elaine Cardoso Teixeira. O MOSSOROENSE SISTEMA UNICO DE SAÚDE REALIZA MAIS DE SEIS MILHÕES DE ATENDIMENTOS MÉDICOS NO RIO GRANDE DO NORTE O secretário de Saúde do Estado, George Antunes, confirma que, em 2008, o SUS realizou mais de 6,4 millhões de consultas médicas no Rio Grande do Norte. Este número corresponde a uma média de duas consultas por habitante ao ano, e a redução da mortalidade infantil de 95 óbitos por mil nascidos vivos, em 1980, para cinco óbitos por mil nascidos vivos, no ano passado. Além disso, o secretário sublinhou que, atualmente, quase 100% das sessões de hemodiálise no Estado são feitas pelo SUS. Os números foram apresentados no seminário destinado a avaliar os avanços e desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Norte. Promovido pelo Conselho Estadual de Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e com os conselhos nacional e municipal de saúde, o evento teve como objetivo debater os principais aspectos relacionados ao SUS. Coordenado pelo presidente do Conselho Estadual de Saúde, Francisco Canindé, o painel contou com as apresentações do secretário de Saúde do Estado, George Antunes, da representante do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, Solane Costa, e da promotora de Defesa dos Direitos da Saúde, Iara Pinheiro, que abordaram temas como gestão, financiamento, controle social e modelo de atenção e humanização. A importância da regionalização, com ênfase no papel dos municípios enquanto gestores e executores dos serviços de saúde, foi ressaltada pelos três palestrantes. Caravana segue para debates na capital da Paraíba O Rio Grande do Norte foi o terceiro estado percorrido pela caravana, que, no dia 10 de junho, estará na Paraíba. A trajetória pelos estados brasileiros será encerrada no fim deste ano, com a “Caravana Nacional em Defesa do SUS”, a ser realizada em Brasília, DF. No RN, as Unidades Regionais de Saúde Pública e diversos municípios também serão visitados, com o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas. O último painel realizado no seminário de avaliação do SUS, mediado pela representante do Conselho Nacional de Saúde, Cândida Carvalheira, focalizou a defesa do SUS como patrimônio histórico, cultural e imaterial da humanidade. O painel com apresentações do secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antônio Alves, e do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Natal, Marcelo Dantas. O secretário fez um panorama sobre o surgimento e desenvolvimento do SUS, retratando-o como o projeto social mais solidário no âmbito dos países em desenvolvimento. Segundo ele, “o SUS é exemplar em termos de controle e participação social, além de ser o único a acolher qualquer pessoa, indiscriminadamente”. JORNAL DE FATO PREVENÇÃO CONTINUA O MELHOR REMÉDIO O câncer de mama continua a liderar as estatísticas oncológicas em Mossoró. Cresceu 11% no ano passado em comparação com 2007. O Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM) registrou 61 ocorrências em 2008, contra 55 em 2007. O número de câncer de mama corresponde a 23% do total de casos em 2008, que subiu de 345, em 2007, para 362 no ano passado. Atualmente, o câncer de mama é a maior causa de óbitos entre a população feminina. A prevenção é o melhor caminho para combater a doença, segundo o mastologista Epaminondas Jácome, para quem o câncer de mama já se tornou um problema de saúde pública. “No ano de 2008, sessenta mulheres deram entrada no Centro de Oncologia de Mossoró. Dessas, vinte e cinco vieram a óbito”, desabafa o médico, que mobiliza profissionais e sociedade para discutir a doença. Ele é presidente do I Simpósio de Saúde Mamária de Mossoró, dias 12 e 13 de junho, no Hotel Thermas. Na ocasião, também haverá o I Encontro de Mulheres pela Saúde da Mama, ambos promovidos pela Sociedade Brasileira de Mastologia (Regional do Rio Grande do Norte) em parceria com a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) e Centro de Oncologia de Mossoró. Epaminondas Jácome explica que a ideia do Simpósio é trazer aos participantes temas atuais na mastologia e levar essas informações à população em prol de avanço na busca de um diagnóstico precoce do câncer de mama. “A melhor prevenção ainda é o diagnóstico precoce”, diz o médico, acrescentando que a preocupação reside no fato de que muitas mulheres não sabem que o câncer de mama é curável, quando diagnosticado no início. “O sucesso do tratamento é superior a noventa por cento. Muitas vezes, não é preciso nem retirar toda a mama, mas apenas parte dela. E, mesmo quando necessária, a cirurgia plástica reparadora oferece ótimos resultados estéticos”, orienta. Estima-se que cerca de 400 mil mulheres têm câncer de mama no Brasil. O conhecimento dos fatores de risco e a realização de exames periódicos podem diminuir o impacto dessa doença no Brasil. “A maior prevalência da doença, principal causa de morte entre brasileiras, ocorre a partir dos 50 anos. História familiar (mãe ou irmã que foram acometidas de câncer antes dos 50 anos de idade), primeira menstruação antes dos 11 anos, menopausa após os 50 anos de idade, primeira gravidez após os 30 anos e nenhuma gravidez constituem também fatores de risco para o câncer de mama”, informa. Ingestão regular de álcool, exposição à radiação em idade inferior a 35 anos, obesidade, dieta pobre em fibras e vitaminas também são fatores de risco. O tratamento, segundo ele, é determinado conforme o estágio do tumor. Inclui-se desde a cirurgia, com diversas técnicas, até radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. “É fundamental que a partir dos 40 anos se faça a mamografia anualmente. Para as mulheres sem risco para o câncer de mama e sem sintomas é recomendado fazer o primeiro exame de rastreamento entre os 35 a 40 anos e para mulheres de todas as idades é preciso fazer o autoexame das mamas e visitar regularmente o ginecologista”, recomenda Epaminondas Jácome. Conscientização ajuda no diagnóstico Médico-mastologista Denis Fowler Teixeira Faheina atribui o grande número de câncer de mama a maior quantidade de diagnósticos, facilitada pela melhoria de técnicas de imagem, e mais conscientização da mulher sobre a doença. “Campanhas de prevenção do governo têm reduzido o número de casos de câncer de colo de útero. O mesmo, entretanto, não acontece com o câncer de mama, que acabou superando o de colo de útero. Também, hoje, a mulher é mais consciente sobre a necessidade de investigação de câncer de mama”, explica Denis Fowler. Para facilitar o tratamento e cura do câncer de mama, o mastologista recomenda realização de exames de mamografia, principalmente de mulheres acima dos 40 anos, para identificação da doença em fase inicial. Ele defende campanhas informativas para conscientização da mulher. “Em geral, o diagnóstico é conhecido em estágio avançado. Então, se houvesse mais acesso dos pacientes à mamografia e consciência da prevenção, certamente conseguiríamos diagnóstico em fase mais inicial, o que facilitaria o tratamento”, observa Denis Fowler. Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5357 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9911-6570

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