TRIBUNA DO NORTE NELSON SOLANO: ‘SUS DÁ MENOS PROBLEMA QUE CONVÊNIOS’ Administrador e médico. Duas profissões, à primeira vista, bastante distintas, mas que cada vez mais se condensam na mesma cadeira de gestor. O cardiologista Nelson Solano Vale é um dos maiores exemplos de gestor hospitalar de Natal, à frente do Hospital do Coração e do Natal Hospital Center. Funções contraditórias? Para Nelson Solano, não há contradição alguma em ser médico e empresário. Nessa entrevista para a TRIBUNA DO NORTE, Nelson detalhou os desafios de lidar com um produto tão sensível, ou seja, a saúde, além de exaltar o Sistema Único de Saúde e comentar as dificuldades de relacionamento dos hospitais com os planos de saúde. Nelson Solano é professor da UFRN e médico do Hospital Universitário Onofre Lopes, além de ter sido dirigente da Unimed potiguar e nacional. Há quanto tempo o Hospital do Coração é responsável pela administração do Natal Hospital Center? Há cinco meses. Nós definimos que nos primeiros três meses seria uma gestão compartilhada entre membros da diretoria do Hospital do Coração e membros da antiga direção do Natal Hospital Center e que durante esses três meses nós iríamos avaliar as necessidades de mudanças para que o Hospital tivesse mais agilidade na busca de seus resultados. E é um hospital que tem um potencial muito grande, com uma estrutura física excelente. Esse primeiro semestre de parceria serviu para mostrar que poderíamos avançar nas negociações. Por isso, foi aberta uma empresa de gestão, da qual o Hospital do Coração é um dos sócios, e essa empresa arrendou o Natal Hospital Center. O que o senhor acha que faz a diferença quando se administra um hospital? O que mais mudou nos últimos 20 anos na administração hospitalar foi a necessidade de investir em tecnologia e em qualificação profissional. Até os anos 80, os hospitais no Brasil não tinham se voltado para uma profissionalização da gestão. Na Europa e nos Estados Unidos, esse é um movimento que data do pós-guerra. No Brasil, isso vem ganhando força nos últimos 20 anos e hoje não se concebe que a administração hospitalar não tenha uma rotina profissionalizada, com pessoas que entendam de gestão, de processo, de finanças, de qualificação profissional e de investimentos hospitalares. Profissionais de outras áreas podem administrar um hospital. Mas o senhor que acredita que um médico seria mais indicado para estar à frente de uma instituição como essa? Um profissional da área da saúde, principalmente um médico, que tenha aptidão e formação nessa área facilita muito, porque alguns detalhes do cotidiano de um hospital são inerentes à doença, coisas que outras empresas não têm. Então, um administrador de uma indústria tem todos os problemas que um administrador de um hospital tem, mas no hospital, além dos problemas da gestão, existem problemas inerentes à doença, que são peculiaridades com a família do paciente, com os medicamentos e o corpo profissional. Os problemas que surgem na gestão de uma indústria não demandam a mesma urgência dos problemas que surgem na gestão de um hospital. Os problemas que surgem em um hospital não podem ser resolvidos amanhã ou depois, mas na mesma hora. Por isso, os investimentos são muito grandes, porque você precisa ter estoque e reposição. Você precisa ter um segundo equipamento, manutenção no momento certo, etc. No caso da energia, por exemplo, você precisa ter o segundo gerador, porque o primeiro pode dar problema. Pensar nessa urgência com relação ao serviço público é complicado. O problema do serviço público, por incrível que pareça, é o engessamento das normas para licitação e contratação de pessoal. Seguindo a mesma comparação da indústria com o hospital, os serviços públicos que não são da área de saúde têm tempo para esperar pela licitação. Há tempo para o prédio esperar pela licitação. Mas a reposição do material hospitalar, o conserto dos equipamentos do hospital ou mesmo a manutenção preventiva, não podem esperar. Tem que ser imediato. Por isso, nós vemos muitas vezes bons hospitais públicos, como é o caso do Hospital Universitário Onofre Lopes, que têm seus equipamentos e reposição de material hospitalar comprometidos pela necessidade das normas para contratação dos serviços. O senhor é um médico e ao mesmo tempo é um empresário. Como é que é exercer os dois papéis ao mesmo tempo? Não há nenhum conflito. Basta que você seja ético como médico e correto como empresário. A atividade empresarial ainda é vista no nosso país, muitas vezes, como tendo o único objetivo de ganhar dinheiro. Não é. Isso é uma conseqüência de quando o empreendedor tem um bom planejamento. Se você me perguntar qual o diferencial do Hospital do Coração, eu respondo: a capacidade de planejar. Nós temos como hábito planejar muito nas tomadas de decisão, que na maioria das vezes são corretas. Você precisa ter contratos claros, regras operacionais que estejam dentro dos manuais e uma atividade honesta, onde você cumpra esses contratos, dentro das regras do mercado e da ética médica. Eu sempre digo que sou cardiologista e estou gestor. E sempre fazendo questão que as duas atividades não entrem conflito. O senhor já teve algum dilema ético por estar exercendo as duas funções? Não. Tivemos dificuldades para equilibrar as duas situações, mas felizmente encontramos um caminho para trilhar que deve ser seguido por qualquer empresa. Que é o caminho do bom senso. Você tem que entender que trabalha com vida, com ser humano, com doença. Ora, qual a principal função de um hospital? É transformar a doença na saúde. Essa é a grande missão de um hospital. Por isso, você não pode limitar nem recursos humanos e nem recursos tecnológicos. E sabendo que vai ter de tratar disso dentro da negociação de quem compra os seus serviços, que são os convênios, onde há diariamente a dificuldade de contornar as autorizações, os orçamentos, mas que felizmente temos conseguido. Essa relação com os convênios pode ser considerada tensa? O principal problema que os convênios enfrentam, e conseqüentemente os hospitais, é a evolução das tecnologias, de equipamentos novos, medicamentos cada vez mais bem desenhados farmacologicamente, que são mais caros, e também novas doenças e formas de tratamento. Isso encarece progressivamente o custo da saúde no mundo inteiro. E em Natal e no RN não é diferente. O principal conflito com os convênios é quando o hospital quer atender bem aos seus pacientes e profissionais e ao mesmo tempo o convênio quer reduzir os custos desse tratamento. É aí que reside a crise. Porque o paciente tem um problema de saúde e naturalmente o plano de saúde diz que ele será muito bem atendido. Na hora da assistência, o médico diz: eu vou lhe tratar com o que há de mais moderno no momento. É nessa hora que muitas vezes o plano de saúde diz que não pode autorizar aquele procedimento, pelas causas mais variadas possíveis. Tanto causas previstas no contrato, quanto não. Como se trabalha a redução de custos dentro de um hospital, que trabalha com a vida das pessoas, ou seja, no limite? Hoje em dia a informação é tão divulgada que os próprios clientes quando vêm para o seu tratamento cirúrgico já sabem se é um procedimento tradicional, se vai ser cirúrgico, se vai ser necessário uma prótese, etc. Então, os procedimentos eletivos, aqueles que são marcados, têm um desenho prévio. O cirurgião diz o que vai ser necessário e estima o que pode ser usado a mais ou a menos, dependendo da gravidade do que vai ser tratado. É aí que entra a indústria, lhe fornecendo materiais de alta complexidade, para que você tenha consignado, para que você não precise comprar. E naturalmente a indústria cobra por isso. Na verdade, hospitais de alta complexidade, como são o Hospital do Coração e o Natal Hospital Center, têm parcerias com fornecedores para que lhe garantam a utilização de materiais independente da complexidade do tratamento. Ultimamente, os convênios têm realizado parcerias com os fornecedores também, para reduzir os custos. Isso abalou a relação entre hospitais e convênios? Ainda não. Porque temos conseguido encontrar soluções comerciais, técnicas, para que o material que o convênio venha a indicar seja regulamentado pela Anvisa, cumpra todas as normas, e o profissional conheça essa medicação e saiba da sua qualidade. Isso tem equacionado bem essa negociação para reduzir os custos. Um detalhe nessa relação é que um dos motivos que nos impulsionou nessa parceria com o Natal Hospital Center é buscar a economia de escala. A partir do momento que nós compramos mais do mesmo fornecedor, isso nos traz redução de custos. Essa parceria diretamente do convênio com o fornecedor não deixa transparecer uma falta de confiança entre convênios e hospitais? Não vejo por essa ótica. Porque se o plano de saúde indica o fornecedor e esse fornecedor tem certificados de boa prática, da Anvisa e dos controles de execução hospitalar, e o cirurgião confia nesse material, não vejo problema em buscar a economia desse uso. Já aconteceu de o profissional não trabalhar com o tipo de material indicado pelo convênio? Acontece com alguma freqüência. Você há de convir que é uma indústria onde muita coisa ainda é importada e nessa importação não sabe da procedência. Se foi de um bom fabricante, ou de um fabricante que não se sabe da sua reputação no exterior. Essa padronização é algo muito importante e que os órgãos são muito rigorosos. Isso nos ajuda bastante. Porque a responsabilidade final pelo ato cirúrgico é primeiramente do hospital e do médico. Os movimentos sociais na área da saúde sempre colocam que, na visão deles, existe uma incompatibilidade entre saúde pública e iniciativa privada. Como o senhor vê essa questão? Na realidade brasileira eu vejo isso de uma forma bastante tranqüila. A Constituição Brasileira deixa claro que os serviços privados devem ser complementares ao Sistema Único de Saúde. Sou professor da UFRN há bastante tempo, sou servidor do HUOL e vejo a importância dos serviços públicos, que precisam existir e precisam garantir pelo menos a assistência primária, básica. Os investimentos nessa área são muito mais em saneamento, em vacinação, em saúde preventiva e básica. Essa parte não tem como não ser do serviço público. Os procedimentos de alta complexidade, no Brasil, se não for através dos serviços privados complementando o serviço público, deixará muito a desejar no atendimento da demanda. Vou dar um exemplo: cirurgia cardíaca. Por mais que você queira fazer cirurgia cardíaca num volume expressivo, em um serviço público, você sempre terá dificuldade da licitação, fornecimento, manutenção, etc. Então, nós trabalhamos nisso desde 1993, quando fundamos, com alguns colegas, o primeiro serviço de cirurgia cardíaca em Natal, que imediatamente passou a prestar serviços ao SUS. Você imagine que até 1992 não havia cirurgia cardíaca no RN, nem pública e nem privada. Esse foi o primeiro serviço desse tipo, privado, mas que prestava serviços ao público. Em 93, nós fizemos uma média 40 procedimentos para o SUS e em 2009, todos os serviços, públicos e privados, fazem cerca de 300 procedimentos por mês. Então, nós vemos isso de uma maneira muito tranqüila, sem conflito, com uma boa auditoria e uma boa regulação. Na alta complexidade, o SUS hoje dá menos problema do que os convênios privados. Os movimentos sociais na área da saúde sempre dizem que, em Natal, os hospitais privados não sobrevivem sem convênios com o SUS. O senhor concorda? Na cardiologia e na neurocirurgia, não. É possível que em outras áreas aconteça. Mas nas áreas em que nós trabalhamos não existe dependência do SUS nem em número de pacientes e nem em volume financeiro. Eu entendo que essas posições são muito mais filosóficas do que econômicas. ACERVOS PARA A SAÚDE PÚBLICA SÃO RECUPERADOS Rio de Janeiro (AE) – Um dos mais importantes acervos para a saúde pública do Brasil está sendo recuperado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). São milhares de amostras – entre fragmentos de fígados coletados em campanhas para controle da febre amarela e órgãos humanos estudados em importantes casos médicos – que estão passando por restauração e, em breve, poderão ser observados numa versão eletrônica do Museu da Patologia da Fiocruz. Por enquanto é possível fazer uma visita virtual no museudapatologia.ioc.fiocruz.br. O museu teve início em 1903, quando Oswaldo Cruz pediu que patologistas guardassem peças anatômicas e amostras para estudos. Surgia, assim, a maior coleção sobre febre amarela do mundo, hoje com 498 mil amostras de fígado. Por conta dessa iniciativa, foram preservados até corações usados pelo sanitarista Carlos Chagas para identificar a doença transmitida pelo barbeiro e que ficou conhecida pelo sobrenome do médico. Enquanto a coleção de febre amarela estava preservada no Departamento de Patologia, a de anatomia patológica havia se perdido na Fiocruz. Em 1970, durante o regime militar, dez cientistas foram cassados e proibidos de trabalhar. Para “abrir espaço” nas salas, lâminas e amostras de órgãos foram jogados fora. “Não havia a consciência da importância desse material”, diz o pesquisador Marcelo Pelajo, chefe do Laboratório de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz. Mas a maior parte da coleção não foi para o lixo: ficou perdida nas salas da Fiocruz. NELSON SOLANO: ‘SUS DÁ MENOS PROBLEMA QUE CONVÊNIOS’ Administrador e médico. Duas profissões, à primeira vista, bastante distintas, mas que cada vez mais se condensam na mesma cadeira de gestor. O cardiologista Nelson Solano Vale é um dos maiores exemplos de gestor hospitalar de Natal, à frente do Hospital do Coração e do Natal Hospital Center. Funções contraditórias? Para Nelson Solano, não há contradição alguma em ser médico e empresário. Nessa entrevista para a TRIBUNA DO NORTE, Nelson detalhou os desafios de lidar com um produto tão sensível, ou seja, a saúde, além de exaltar o Sistema Único de Saúde e comentar as dificuldades de relacionamento dos hospitais com os planos de saúde. Nelson Solano é professor da UFRN e médico do Hospital Universitário Onofre Lopes, além de ter sido dirigente da Unimed potiguar e nacional. Há quanto tempo o Hospital do Coração é responsável pela administração do Natal Hospital Center? Há cinco meses. Nós definimos que nos primeiros três meses seria uma gestão compartilhada entre membros da diretoria do Hospital do Coração e membros da antiga direção do Natal Hospital Center e que durante esses três meses nós iríamos avaliar as necessidades de mudanças para que o Hospital tivesse mais agilidade na busca de seus resultados. E é um hospital que tem um potencial muito grande, com uma estrutura física excelente. Esse primeiro semestre de parceria serviu para mostrar que poderíamos avançar nas negociações. Por isso, foi aberta uma empresa de gestão, da qual o Hospital do Coração é um dos sócios, e essa empresa arrendou o Natal Hospital Center. O que o senhor acha que faz a diferença quando se administra um hospital? O que mais mudou nos últimos 20 anos na administração hospitalar foi a necessidade de investir em tecnologia e em qualificação profissional. Até os anos 80, os hospitais no Brasil não tinham se voltado para uma profissionalização da gestão. Na Europa e nos Estados Unidos, esse é um movimento que data do pós-guerra. No Brasil, isso vem ganhando força nos últimos 20 anos e hoje não se concebe que a administração hospitalar não tenha uma rotina profissionalizada, com pessoas que entendam de gestão, de processo, de finanças, de qualificação profissional e de investimentos hospitalares. Profissionais de outras áreas podem administrar um hospital. Mas o senhor que acredita que um médico seria mais indicado para estar à frente de uma instituição como essa? Um profissional da área da saúde, principalmente um médico, que tenha aptidão e formação nessa área facilita muito, porque alguns detalhes do cotidiano de um hospital são inerentes à doença, coisas que outras empresas não têm. Então, um administrador de uma indústria tem todos os problemas que um administrador de um hospital tem, mas no hospital, além dos problemas da gestão, existem problemas inerentes à doença, que são peculiaridades com a família do paciente, com os medicamentos e o corpo profissional. Os problemas que surgem na gestão de uma indústria não demandam a mesma urgência dos problemas que surgem na gestão de um hospital. Os problemas que surgem em um hospital não podem ser resolvidos amanhã ou depois, mas na mesma hora. Por isso, os investimentos são muito grandes, porque você precisa ter estoque e reposição. Você precisa ter um segundo equipamento, manutenção no momento certo, etc. No caso da energia, por exemplo, você precisa ter o segundo gerador, porque o primeiro pode dar problema. Pensar nessa urgência com relação ao serviço público é complicado. O problema do serviço público, por incrível que pareça, é o engessamento das normas para licitação e contratação de pessoal. Seguindo a mesma comparação da indústria com o hospital, os serviços públicos que não são da área de saúde têm tempo para esperar pela licitação. Há tempo para o prédio esperar pela licitação. Mas a reposição do material hospitalar, o conserto dos equipamentos do hospital ou mesmo a manutenção preventiva, não podem esperar. Tem que ser imediato. Por isso, nós vemos muitas vezes bons hospitais públicos, como é o caso do Hospital Universitário Onofre Lopes, que têm seus equipamentos e reposição de material hospitalar comprometidos pela necessidade das normas para contratação dos serviços. O senhor é um médico e ao mesmo tempo é um empresário. Como é que é exercer os dois papéis ao mesmo tempo? Não há nenhum conflito. Basta que você seja ético como médico e correto como empresário. A atividade empresarial ainda é vista no nosso país, muitas vezes, como tendo o único objetivo de ganhar dinheiro. Não é. Isso é uma conseqüência de quando o empreendedor tem um bom planejamento. Se você me perguntar qual o diferencial do Hospital do Coração, eu respondo: a capacidade de planejar. Nós temos como hábito planejar muito nas tomadas de decisão, que na maioria das vezes são corretas. Você precisa ter contratos claros, regras operacionais que estejam dentro dos manuais e uma atividade honesta, onde você cumpra esses contratos, dentro das regras do mercado e da ética médica. Eu sempre digo que sou cardiologista e estou gestor. E sempre fazendo questão que as duas atividades não entrem conflito. O senhor já teve algum dilema ético por estar exercendo as duas funções? Não. Tivemos dificuldades para equilibrar as duas situações, mas felizmente encontramos um caminho para trilhar que deve ser seguido por qualquer empresa. Que é o caminho do bom senso. Você tem que entender que trabalha com vida, com ser humano, com doença. Ora, qual a principal função de um hospital? É transformar a doença na saúde. Essa é a grande missão de um hospital. Por isso, você não pode limitar nem recursos humanos e nem recursos tecnológicos. E sabendo que vai ter de tratar disso dentro da negociação de quem compra os seus serviços, que são os convênios, onde há diariamente a dificuldade de contornar as autorizações, os orçamentos, mas que felizmente temos conseguido. Essa relação com os convênios pode ser considerada tensa? O principal problema que os convênios enfrentam, e conseqüentemente os hospitais, é a evolução das tecnologias, de equipamentos novos, medicamentos cada vez mais bem desenhados farmacologicamente, que são mais caros, e também novas doenças e formas de tratamento. Isso encarece progressivamente o custo da saúde no mundo inteiro. E em Natal e no RN não é diferente. O principal conflito com os convênios é quando o hospital quer atender bem aos seus pacientes e profissionais e ao mesmo tempo o convênio quer reduzir os custos desse tratamento. É aí que reside a crise. Porque o paciente tem um problema de saúde e naturalmente o plano de saúde diz que ele será muito bem atendido. Na hora da assistência, o médico diz: eu vou lhe tratar com o que há de mais moderno no momento. É nessa hora que muitas vezes o plano de saúde diz que não pode autorizar aquele procedimento, pelas causas mais variadas possíveis. Tanto causas previstas no contrato, quanto não. Como se trabalha a redução de custos dentro de um hospital, que trabalha com a vida das pessoas, ou seja, no limite? Hoje em dia a informação é tão divulgada que os próprios clientes quando vêm para o seu tratamento cirúrgico já sabem se é um procedimento tradicional, se vai ser cirúrgico, se vai ser necessário uma prótese, etc. Então, os procedimentos eletivos, aqueles que são marcados, têm um desenho prévio. O cirurgião diz o que vai ser necessário e estima o que pode ser usado a mais ou a menos, dependendo da gravidade do que vai ser tratado. É aí que entra a indústria, lhe fornecendo materiais de alta complexidade, para que você tenha consignado, para que você não precise comprar. E naturalmente a indústria cobra por isso. Na verdade, hospitais de alta complexidade, como são o Hospital do Coração e o Natal Hospital Center, têm parcerias com fornecedores para que lhe garantam a utilização de materiais independente da complexidade do tratamento. Ultimamente, os convênios têm realizado parcerias com os fornecedores também, para reduzir os custos. Isso abalou a relação entre hospitais e convênios? Ainda não. Porque temos conseguido encontrar soluções comerciais, técnicas, para que o material que o convênio venha a indicar seja regulamentado pela Anvisa, cumpra todas as normas, e o profissional conheça essa medicação e saiba da sua qualidade. Isso tem equacionado bem essa negociação para reduzir os custos. Um detalhe nessa relação é que um dos motivos que nos impulsionou nessa parceria com o Natal Hospital Center é buscar a economia de escala. A partir do momento que nós compramos mais do mesmo fornecedor, isso nos traz redução de custos. Essa parceria diretamente do convênio com o fornecedor não deixa transparecer uma falta de confiança entre convênios e hospitais? Não vejo por essa ótica. Porque se o plano de saúde indica o fornecedor e esse fornecedor tem certificados de boa prática, da Anvisa e dos controles de execução hospitalar, e o cirurgião confia nesse material, não vejo problema em buscar a economia desse uso. Já aconteceu de o profissional não trabalhar com o tipo de material indicado pelo convênio? Acontece com alguma freqüência. Você há de convir que é uma indústria onde muita coisa ainda é importada e nessa importação não sabe da procedência. Se foi de um bom fabricante, ou de um fabricante que não se sabe da sua reputação no exterior. Essa padronização é algo muito importante e que os órgãos são muito rigorosos. Isso nos ajuda bastante. Porque a responsabilidade final pelo ato cirúrgico é primeiramente do hospital e do médico. Os movimentos sociais na área da saúde sempre colocam que, na visão deles, existe uma incompatibilidade entre saúde pública e iniciativa privada. Como o senhor vê essa questão? Na realidade brasileira eu vejo isso de uma forma bastante tranqüila. A Constituição Brasileira deixa claro que os serviços privados devem ser complementares ao Sistema Único de Saúde. Sou professor da UFRN há bastante tempo, sou servidor do HUOL e vejo a importância dos serviços públicos, que precisam existir e precisam garantir pelo menos a assistência primária, básica. Os investimentos nessa área são muito mais em saneamento, em vacinação, em saúde preventiva e básica. Essa parte não tem como não ser do serviço público. Os procedimentos de alta complexidade, no Brasil, se não for através dos serviços privados complementando o serviço público, deixará muito a desejar no atendimento da demanda. Vou dar um exemplo: cirurgia cardíaca. Por mais que você queira fazer cirurgia cardíaca num volume expressivo, em um serviço público, você sempre terá dificuldade da licitação, fornecimento, manutenção, etc. Então, nós trabalhamos nisso desde 1993, quando fundamos, com alguns colegas, o primeiro serviço de cirurgia cardíaca em Natal, que imediatamente passou a prestar serviços ao SUS. Você imagine que até 1992 não havia cirurgia cardíaca no RN, nem pública e nem privada. Esse foi o primeiro serviço desse tipo, privado, mas que prestava serviços ao público. Em 93, nós fizemos uma média 40 procedimentos para o SUS e em 2009, todos os serviços, públicos e privados, fazem cerca de 300 procedimentos por mês. Então, nós vemos isso de uma maneira muito tranqüila, sem conflito, com uma boa auditoria e uma boa regulação. Na alta complexidade, o SUS hoje dá menos problema do que os convênios privados. Os movimentos sociais na área da saúde sempre dizem que, em Natal, os hospitais privados não sobrevivem sem convênios com o SUS. O senhor concorda? Na cardiologia e na neurocirurgia, não. É possível que em outras áreas aconteça. Mas nas áreas em que nós trabalhamos não existe dependência do SUS nem em número de pacientes e nem em volume financeiro. Eu entendo que essas posições são muito mais filosóficas do que econômicas. DIÁRIO DE NATAL GRIPE A RECUA NA ARGENTINA País, um dos mais afetados pela doença, divulga relatório que aponta queda das ocorrências do vírus Buenos Aires – O país argentino já registra “uma tendência decrescente da atividade” do vírus AH1N1, causador da gripe suína. A doença, de acordo com um relatório do Ministério da Saúde divulgado ontem, já matou 514 pessoas na nação vizinha. Duas vítimas fatais foram registradas na semana passada. O documento, publicado pela agência estatal “Talam”, destaca que as autoridades de saúde sanitárias analisaram “20.409 amostras e confirmaram 8.851 casos” da nova gripe em todo o país. No relatório anterior, divulgado na última segunda-feira, o número de mortos era de 512 e os infectados totalizavam 8.384. A queda de casos na Argentina traça um panorama animador em relação ao controle da doença no mundo. Isso porque o país foi um dos que anotaram maior incidência de ocorrências e registrou mais mortes durante o auge da pandemia que atacou o mundo. “Os vírus da Influenza Pandêmica (H1N1) e da Influenza A (…) chegaram a representar 92,9% dos vírus respiratórios notificados nos maiores de 5 anos”, destaca o documento apresentado neste domingo. Por outro lado, nos menores de 5 anos, a proporção não passou de 23,5%. Em julho, auge do inverno no hemisfério sul, a propagação da doença forçou o fechamento de escolas e a suspensão de atividades políticas, culturais e esportivas. OMS A Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a advertir a possibilidade de que o Influenza A (H1N1) sofresse mutação e interagisse com outros vírus da gripe – o que poderia tornar a enfermidade mais grave quando acometesse os seres humanos. Até agora, no entanto, segundo a OMS, não houve interação do Influenza A com outros tipos. A taxa de letalidade da doença, de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, se equipara à da gripe que já é conhecida em todo o mundo. Especula-se que o novo vírus se tornará dominante e substituirá a gripe já existente. GAZETA DO OESTE UNIMED DESENVOLVE OUTRA AÇÃO DO PROGRAMA VIVA MELHOR A Unimed de Mossoró promove neste sábado, dia 12, em Mossoró, das 7h30 às 10h30, mais uma edição do Programa Viva Melhor. As ações serão desenvolvidas na Praça Rodolfo Fernandes (Praça do Pax). O Programa de Medicina Preventiva da Unimed Mossoró é destinado não apenas aos usuários, mas a comunidades em geral, com dicas sobre hábitos saudáveis, por meio de ações educativas, oferecendo verificação de pressão arterial, teste de glicemia, medição de circunferência abdominal, informações sobre problemas de saúde como diabetes, hipertensão arterial, tabagismo e obesidade. A medicina preventiva faz parte do programa de 2009, com passeios ciclísticos realizados bimestralmente pela cooperativa. O dr. José Marconi Varela Amorim, diretor de Mercado, Desenvolvimento e Tecnologia da Unimed, informa que essas atividades são levadas também às empresas que mantêm contrato com a Unimed, e que o programa Viva Melhor segue as diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que enfoca a importância da medicina preventiva para as operadoras de planos de saúde. A ação educativa da Unimed Mossoró vai ser trabalhada pelos técnicos do hospital e da sede administrativa da empresa, sob a responsabilidade das assessorias competentes. MÉDICOS E CONSUMIDORES APROVAM MUDANÇAS NO TAMANHO DA LETRA DAS BULAS DE REMÉDIOS A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) anunciou na quarta-feira, 9, através do Diário Oficial da União (DOU), mudanças nas bulas dos remédios. Segundo a resolução, informações sobre o uso dos medicamentos, deverão constar agora em letras maiores e organizadas em forma de perguntas e respostas para facilitar a compreensão. Até 2011, as mudanças devem ser feitas por todos os fabricantes de remédios. As regras visam tornar mais claras as informações referentes à quantidade, características, composição e qualidades nas bulas dos medicamentos. Segundo uma das normas, as letras devem ser grafadas no tamanho 10. As letras e os espaçamentos entre os parágrafos devem ficar maiores para facilitar a leitura. Os textos serão mais claros, com linguagem objetiva e conteúdos padronizados. Com a mudança haverá duas bulas: uma com texto simples, de linguagem mais didática, para o usuário comum e uma outra com linguagem técnica voltada para médicos e profissionais de saúde. A Anvisa também definiu formas de acesso ao texto dos medicamentos para deficientes visuais. Eles terão direito a um serviço telefônico de atendimento ao consumidor que lê a bula do paciente com deficiência caso haja solicitação do mesmo. Caso o deficiente prefira, ele também pode solicitar aos laboratórios o texto impresso com letras ampliadas ou em braille. A novidade agradou os consumidores de medicamentos em Mossoró. “É bom porque a gente pode agora entender o que está tomando. Não dava pra entender com aquela linguagem complicada”, informa a aposentada Maria do Carmo. “Eu não leio as bulas porque não tenho lupa. As letras são muito pequenas”, brinca o aposentado Franklin Pires. “Agora com essas mudanças vou começar a ler”, completa. “As letras pequeninas e a linguagem difícil. Espero que com essa mudança fique melhor pra gente entender”, afirma Sebastião Pedrosa. Os médicos consultados também consideraram positivas essas mudanças. “É importante porque nem sempre temos a disponibilidade de esclarecer os pacientes sobre os medicamentos que estão tomando. Se vier bem explicado, é melhor para o paciente tirar alguma dúvida”, afirma o urologista Joaquim Borges Neto. “É positiva a mudança para deixar o paciente mais informado”, disse Fabrício de Sousa Pereira, nefrologista. “A meu ver, essa medida servirá mais aos médicos, já que o paciente não pode seguir as orientações da bula sozinho. Serve mais para o médico conhecer melhor o medicamento que está receitando”, informa Maria do Carmo, clínico geral. NÚMERO DE CASOS DA DOENÇA CAI NESTE ANO Os casos notificados e confirmados de dengue caíram em 630% com relação ao ano passado. O Departamento de Combate à Dengue da Vigilância à Saúde registrou em 2008 1.869 notificações, sendo dessas 1.218 confirmados. Até essa segunda semana de setembro de 2009, são 295 casos notificados, e desses 84 confirmados. O último Levantamento de Índice Rápido Amostra (LIRAa) feito pela Vigilância mostrou um índice de infestação predial de 5.6, um número considerado controlado. “Está previsto para a segunda semana de outubro o LIRAa nacional, onde o Ministério da Saúde vai escolher um dia onde a avaliação será feita em todos os municípios do país”, destacou o coordenador do programa de Combate à Dengue, Sandro Elias. A diminuição dos casos, segundo Sandro Elias, foi graças a um trabalho intenso feito através de ações como a distribuição de kits de combate ao mosquito, que foram feitas nos bairros onde o índice se apresentava em número mais alto, além das ações educativas nos bairros, com panfletagem e palestras nas escolas. O coordenador do programa alerta que esse resultado não significa que as ações devam parar. “Pelo contrário. Estávamos praticamente sem ações porque apenas sete agentes de endemias estavam trabalhando para toda a cidade. Agora que a greve acabou, iremos sentar e planejar novas ações, para acabar de vez com a ameaça da doença. Todas as mobilizações que fizemos foram fundamentais para esse resultado”, disse Sandro Elias. Em novembro, segundo ele, as novas ações já deverão estar sendo postas em prática. SERVIDORES ESTADUAIS DA ÁREA DA SAÚDE DISCUTEM NOVA GREVE Os servidores estaduais da Saúde se reunirão em assembleia no próximo dia 16, onde será apresentado mais um indicativo de greve. De Mossoró vai uma equipe de 20 integrantes do Sindicato dos Servidores da Saúde (SINDISAÚDE). De acordo com a direção do Sindisaúde, há uma reunião marcada com os integrantes da Secretaria Estadual de Saúde do dia 23 de setembro, para provável negociação. As reivindicações dos servidores tratam-se da data base para janeiro, a eleição direta para a direção e cargos de chefia das unidades de Saúde, o abastecimento dos hospitais e das unidades de saúde, além do retroativo dos aposentados, referente ao plano de carreira de 2007. Para os demais servidores também está sendo cobrado um reajuste de 34%, para toda a categoria. “Há três anos não temos um aumento, além disso, algumas das outras reivindicações são desde a última greve em outubro de 2008”, disse o diretor regional do Sindisaúde, João Morais. Só em Mossoró são mais de 1.500 servidores estaduais da Saúde, sendo a maioria com mais de 600 no Hospital Regional Tarcísio Maia. “O indicativo de greve é o que acontece geralmente nas reuniões, mas a princípio estamos abertos a negociações e vamos nos reunir para discutir formas de lutas”, continuou João Morais. Em Natal, 17 mil profissionais da Saúde do Estado decidirão a possibilidade de entrar em greve. O anúncio foi feito durante uma caminhada dos trabalhadores, comandada pelo Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do RN (SINAI) e pelo Sindisaúde. Segundo o Sindisaúde, desde o início do ano foi enviado um documento ao governo pedindo o reajuste salarial de 34% e nenhuma negociação ainda foi feita MOSTRA SUS INCENTIVA TROCA DE EXPERIÊNCIAS SOBRE SAÚDE Amanhã terá início a Mostra SUS/RN, promovido pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério da Saúde e coordenação da Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap). O evento, que prosseguirá até o dia 23 deste mês, contará com conferências, mesas-redondas, apresentação de trabalhos, rodas de conversa, exposições artístico-culturais e educativas, além da Mostra Interativa Nacional HumanizaSUS, da Política Nacional de Humanização (PHN). Tendo como tema central “Transformando práticas, humanizando o SUS/RN”, a mostra acontecerá no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), no bairro de Nazaré. O evento será aberto à visitação de todos, apenas necessitando inscrição prévia no caso de três componentes da programação: a 1ª Mostra de Experiências Bem Sucedidas no SUS, o 2º Seminário Estadual de Humanização e a 3ª Mostra Estadual de Saúde da Família, a serem realizados entre os dias 21 e 23 próximos. A programação foi organizada em torno de três eixos principais: redes de cuidado em saúde, valorização do trabalho e saúde do trabalhador e metodologias participativas. Serão apresentados 168 trabalhos sobre experiências bem-sucedidas no SUS do RN. Quanto às conferências, serão abordados os seguintes temas: “O HumanizaSUS como uma política no fortalecimento do SUS”, ministrada Dário Pasche, da PNH, “A valorização do trabalho e do trabalhador da saúde: como encarar esse desafio?”, proferida por Beth Barros, também da PNH, e “Metodologias Participativas no SUS”, coordenada por Eduardo Passos, da Universidade Federal Fluminense. Outro destaque da mostra são as rodas de conversa, na qual os participantes irão discutir sobre um determinado tema, mediados por facilitadores, para orientar e incentivar o debate. As rodas vão abranger temas como vigilância à saúde na prevenção de agravos, práticas de promoção à saúde e qualidade de vida, educação popular em saúde, direitos dos usuários e participação social. Também será um ponto forte do evento a Mostra Interativa Nacional HumanizaSUS, que vem percorrendo as capitais brasileiras, para divulgar os 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Como recursos serão utilizados desde literatura de cordel, vídeos e fotografias até jogos eletrônicos e a tecnologia da Internet, por meio do qual usuários, gestores e trabalhadores poderão assistir a depoimentos sobre o SUS feitos por visitantes das mostras já realizadas, assim como terão a oportunidade de registrar seus próprios relatos. A troca de experiências será a base da Mostra SUS/RN, de acordo com o Coordenador de Recursos Humanos e também coordenador geral do evento, Jorge Luiz de Castro. “A importância da mostra consiste no protagonismo dos participantes, criando redes e compartilhando suas vivências como atores no SUS”, explicou o coordenador. Como forma de incentivar a participação da comunidade, parte da programação do evento foi organizada pelos cinco distritos sanitários da Grande Natal: leste, oeste, sul, norte I e norte II. Cada um desses distritos levará exposições culturais locais, além de se responsabilizarem por atividades educativas e pela oferta de serviços de saúde aos visitantes. Serão realizadas vacinas contra tétano, tríplice viral e rubéola e verificação de pressão arterial e índice de massa corpórea. Durante a mostra, serão montados 15 estandes de instituições variadas, sendo três deles da Sesap, que irá divulgar suas ações e projetos. Para facilitar o acesso dos visitantes às diversas atividades do evento, foram capacitados 160 monitores, entre estudantes e agentes comunitários de saúde. Serviço: Link de acesso à programação da Mostra SUS/RN: http://www.saude.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/sesap/mostrasus/gerados/ programacao.asp O MOSSOROENSE MOSTRA SUS INCENTIVA TROCA DE EXPERIÊNCIAS SOBRE SAÚDE Na próxima segunda-feira (14), terá início a Mostra SUS/RN, promovida pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), em parceria com o Ministério da Saúde. O evento, que prosseguirá até o dia 23 deste mês, contará com conferências, mesas-redondas, apresentação de trabalhos, rodas de conversa, exposições artístico-culturais e educativas, além da Mostra Interativa Nacional HumanizaSUS, da Política Nacional de Humanização (PHN). Tendo como tema central “Transformando práticas, humanizando o SUS/RN”, a mostra acontecerá no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (CEMURE), no bairro de Nazaré. O evento será aberto à visitação de todos, apenas necessitando inscrição prévia no caso de três componentes da programação: a 1ª Mostra de Experiências Bem Sucedidas no SUS, o 2º Seminário Estadual de Humanização e a 3ª Mostra Estadual de Saúde da Família, a serem realizados entre os dias 21 e 23 próximos. A programação foi organizada em torno de três eixos principais: redes de cuidado em saúde, valorização do trabalho e saúde do trabalhador e metodologias participativas. Serão apresentados 168 trabalhos sobre experiências bem-sucedidas no SUS do RN. Quanto às conferências, serão abordados os seguintes temas: “O HumanizaSUS como uma política no fortalecimento do SUS”, ministrada Dário Pasche, da PNH, “A valorização do trabalho e do trabalhador da saúde: como encarar esse desafio?”, proferida por Beth Barros, também da PNH, e “Metodologias Participativas no SUS”, coordenada por Eduardo Passos, da Universidade Federal Fluminense. Outro destaque da mostra são as rodas de conversa, na qual os participantes irão discutir sobre um determinado tema, mediados por facilitadores, para orientar e incentivar o debate. As rodas vão abranger temas como vigilância à saúde na prevenção de agravos, práticas de promoção à saúde e qualidade de vida, educação popular em saúde, direitos dos usuários e participação social. Também será um ponto forte do evento a Mostra Interativa Nacional HumanizaSUS, que vem percorrendo as capitais brasileiras, para divulgar os 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Como recursos serão utilizados desde literatura de cordel, vídeos e fotografias até jogos eletrônicos e a tecnologia da Internet, por meio de quais usuários, gestores e trabalhadores poderão assistir a depoimentos sobre o SUS feitos por visitantes das mostras já realizadas, assim como terão a oportunidade de registrar seus próprios relatos. A troca de experiências será a base da Mostra SUS/RN, de acordo com o Coordenador de Recursos Humanos e também coordenador geral do evento, Jorge Luiz de Castro. “A importância da mostra consiste no protagonismo dos participantes, criando redes e compartilhando suas vivências como atores no SUS”, explicou o coordenador. Como forma de incentivar a participação da comunidade, parte da programação do evento foi organizada pelos cinco distritos sanitários da Grande Natal: leste, oeste, sul, norte I e norte II. Cada um desses distritos levará exposições culturais locais, além de se responsabilizarem por atividades educativas e pela oferta de serviços de saúde aos visitantes. Serão realizadas vacinas contra tétano, tríplice viral e rubéola e verificação de pressão arterial e índice de massa corpórea. Durante a mostra, serão montados 15 estandes de instituições variadas, sendo três deles da Sesap, que irá divulgar suas ações e projetos. Para facilitar o acesso dos visitantes às diversas atividades do evento, foram capacitados 160 monitores, entre estudantes e agentes comunitários de saúde. CAMPANHA DE VACINAÇÃO TERÁ NOVA ETAPA PRÓXIMA SEMANA A segunda etapa da campanha de vacinação contra poliomielite acontece no sábado, dia 19, em todo o Brasil. As crianças menores de cinco anos devem ser levadas aos postos de saúde para serem imunizadas. A primeira etapa da campanha foi realizada no dia 20 de junho deste ano e vacinou 95,7% dos potiguares que compõem a faixa etária estipulada. Para essa etapa, a meta da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP) é a mesma da primeira, ou seja, vacinar 95% das crianças de até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Quem já foi vacinado em anos anteriores também precisa ser imunizado. POLIOMIELITE – A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, ataca crianças, e é uma infecção viral causada pelo poliovírus. A doença pode ser moderada ou severa. Nos casos mais graves a poliomielite pode levar à paralisia e morte. Não são remédios nem antibióticos específicos que sejam eficientes contra o poliovírus. Pessoas que contraem poliomielite precisam de atenção médica para avaliar as complicações potenciais da doença e para reabilitação. A complicação mais séria da poliomielite é a paralisia, que geralmente afeta as pernas. A paralisia dos músculos usados na respiração e deglutição pode ocasionar morte. A VACINA – Existem dois tipos de vacina contra poliomielite: a oral com vírus vivo e a injetável com vírus inativo. A vacina oral para poliomielite é dada em gotas na boca. A vacina injetável é dada na perna ou braço. A programação de vacinação recomendada para crianças é de um total de 4 doses dadas com 2 e 4 meses de idade, entre 6 e 18 meses de idade, e com 4 anos. A única forma eficiente de controlar a poliomielite é manter a maior taxa possível de vacinação na comunidade. MUDANÇA – A segunda etapa de vacinação estava prevista para acontecer em 22 de agosto, mas precisou ser adiada. A medida foi tomada pelo Ministério da Saúde para não criar novas aglomerações e, com isso, evitar a disseminação do vírus da Influenza A (H1N1). Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5343 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9911-6570
Clipping Cremern – 14/09/2009: Notícias da área médica nos principais jornais do RN
14/09/2009 | 03:00