A atuação, a formação e as competências da especialidade Clínica Médica foram alguns dos assuntos debatidos no II Fórum de Clínica Médica, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. Durante os dois dias de atividade (28 e 29 de julho), os presentes puderam participar de grupos de discussão sobre a especialidade na formação médica, o programa de residência, além de debates sobre a prática profissional.

Na abertura do evento, a coordenadora-adjunta da Câmara Técnica de Clínica Médica do CFM, professora Maria do Patrocínio, tratou sobre os programas de residência médica. “Precisamos rever as formas de treinamento e a formação do clínico no país”.

O primeiro painel do encontro avaliou a especialidade no Sistema de Saúde e ao redor do mundo. A médica e professora da McGill University de Montreal (Canadá), Linda Snell, compartilhou experiências canadenses por considerar “que o país já enfrentou há pouco mais de 20 anos os mesmos desafios enfrentados pelos especialistas de clínica médica brasileiros”.

Snell, em sua palestra, demonstrou a necessidade, a partir dos diagnósticos feitos participantes, de estabelecer estratégias de abordagem dos problemas identificados, por ordem de prioridades.

Os membros da Câmara Técnica ressaltaram que a professora Linda Snell, por sua experiência e proficiência, contribuiu decisivamente na dinâmica do fórum e planejamento das ações futuras da Câmara.

Discutiu-se a duração do pré requisito na área para as especialidades clínicas. O professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Milton de Arruda Martins, ponderou que, se por um lado “médicos atuarão como clínicos e subespecialistas, pelo menos durante os primeiros anos de sua profissão, por outro uma boa formação clínica fará subespecialistas melhores”.

Formação – A Clínica Médica concentra o maior número de registros de títulos no país (35.060), segundo a Demografia Médica do Brasil de 2015. Durante o II Fórum de Clínica Médica, o presidente do CFM, Carlos Vital, ressaltou que grande parte dos médicos não se especializaram e estes exercem regularmente a área. Ele informou que o médico devidamente inscrito no CRM está apto ao exercício de sua profissão em qualquer dos seus ramos ou especialidades.

“Ainda que não possam divulgar, pelo princípio da legalidade e o teor da Lei n o 3.268/57, os médicos assim que saem da escola estão aptos para exercer qualquer ramo da Medicina”. Vital ainda defendeu a formação adequada para estes profissionais: “a escolha da profissão é um direito, mas a boa formação é uma obrigação”.

O professor Milton de Arruda Martins defendeu que o país precisa de médicos com formação de qualidade. “Não há mais necessidade de nenhum curso novo. O Brasil tem falta de médicos, com certeza, mas não há necessidade de expansão no número de cursos no momento. O que o Brasil precisa é de médicos com formação de qualidade. Formar mal é condenar a população”.

Nomenclatura da especialidade e dos especialistas, para melhor identificação destes profissionais, as competências do clínico/internista foram temáticas destacadas pelos presentes na plenária final do evento, como agenda a ser cumprida pela Câmara Técnica de Clínica Médica do CFM.

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