TRIBUNA DO NORTE NOVO CÓDIGO NÃO INTIMIDA MÉDICOS Embora o novo código de ética médica, em vigor há pouco mais de uma semana, torne mais rígida a vigilância no sentido de garantir médicos nos plantões, o problema de falta de médicos e de médicos faltosos continua a deixar sem atendimento, quem procura as unidades de saúde. No Hospital Santa Catarina, na zona Norte, dos três clínicos gerais previstos na escala do serviço de emergência apenas um apareceu para cumprir a jornada no Pronto-Socorro, na manhã de ontem. Cerca de 60 pessoas se amontoavam nos corredores à espera da vez. O resultado dessa equação: uma fila que só se multiplicava. Alguns pacientes, como a dona de casa Maria Elza Rocha, 52, esperava desde às 7 horas da manhã pela consulta que até às 10h, não havia previsão para acontecer. Com dores fortes na coluna e febre, o caso era considerado de menor gravidade. “Eles não respeitam idade ou ordem de chegada, quem estiver mais grave entra primeiro. O problema que aqui todo mundo está de mal a pior”, disse a moradora de Extremoz. Com uma bolsa de soro, o estudante Vilian Januário de Melo, 22, acometido por pancreatite há seis dias aguarda vaga para internação. Morador de Pendências, na região do Alto Oeste, ele foi encaminhado pelo posto de saúde. O PM Josué Pereira não encontrou atendimento para a filha de 12 anos. Após ser socorrida pelo pai no colégio por causa de uma crise de convulsão, a menina foi levada para o Pronto Atendimento de Pajuçara, onde não havia médicos, e de lá encaminhada para o Santa Catarina. “Os dois cirurgiões estão operando e não podem atender, vamos tentar o Walfredo Gurgel”. A crise convulsiva provocou um corte na cabeça e escoriações nos braços e pernas. O diretor administrativo Carlos Leão, desconhecia a ausência dos médicos. “Na escala estão previstos quatro para o dia e quatro para a noite, sendo que um fica nas enfermarias”. Segundo ele, as faltas são comunicadas ou substituídas pela chefia de cada setor. Ele conta que por causa da vigência do novo código de ética, a direção está monitorando, por intermédio dos chefes de cada clínica médica, as faltas. No Pronto Atendimento de Pajuçara, também na zona Norte, apesar de não haver previsão da chegada de médica escalada para o plantão das 7 às 17 horas, muitos doentes preferiram esperar. Após negativa de atendimento no Posto do Panatis, onde mora e no Hospital Giselda Trigueiro, a autônoma Maria José Costa da Silva que acompanhava o pai Orestes Costa, de 80 anos, com febre e sintomas de gripe, disse não saber a quem recorrer. Ednaldo Pereira, que trabalha na marcação de consultas, disse ser recorrente os médicos não comparecerem aos plantões, ou ainda não cumprirem a jornada de 24h. Segundo Pereira, os médicos abandonam o posto após 12 horas, quando são rendidos pelo segundo plantonista. A administradora do PA de Pajuçara se negou a dar entrevista. Uma semana após o protesto pela reativação do Pronto Atendimento de Felipe Camarão, a situação permanece inalterada. Para não deixar a população totalmente desassistida, médicos da Maternidade estabilizam quadros mais graves. A reportagem tentou conversar coma direção da unidade, mas foi informada pelo secretário de que a diretora estava em reunião sem previsão para término. A falta de médicos nas unidades de Felipe Camarão, Guarapes e Cidade da Esperança pode ser traduzida na superlotação do Hospital dos Pescadores, nas Rocas. Embora com a escala completa e com os dois médicos atendendo a população, a quantidade de pacientes, em geral da zona Oeste da cidade, não diminuía. Após procurar a unidade da Esperança, a moradora de Felipe Camarão Maria das Graças da Costa resolveu levar a mãe de 80 anos para as Rocas. “Não sei que horas vou conseguir a consulta, mas ao menos tem médico”. Desde fevereiro, segundo o diretor Josenildo Barbosa, não há furos na escala e os casos de falta são informados à Secretaria Municipal de Saúde. Até às 11 horas, foram feitos 80 atendimentos de urgência e emergência. A assessoria de imprensa da SMS informou que a ocorrência de faltas serão apuradas pela secretaria e informadas ao Conselho Regional de Medicina (Cremern) para que as medidas sejam adotas. Fiscalização cabe aos diretores dos hospitais No âmbito da secretária estadual de Saúde, também cabe aos diretores dos hospitais a fiscalização do cumprimento das escalas médicas. As faltas, bem como as justificativas devem ser enviadas para a Coordenadoria de Hospitais que vai analisar os motivos das ausências. “A gente tem recebido as justificativas dos diretores dos hospitais, mas diante dessa informação – a ausência de médico no plantão do Hospital Santa Catarina – vamos solicitar que os diretores e a COHUR sejam mais enérgicos com relação aos horários dos médicos e demais servidores”, disse o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Saúde, João Albérico. Questionado se a Sesap vai tomar algum tipo de medida administrativa – como corte de ponto e suspensão dos salários – para com os médicos faltosos, João Albérico disse que a melhor saída não é punir e sim reavaliar o quadro de pessoal e incentivar os médicos. Segundo ele, é preciso uma interação maior entre os profissionais e a direção médica. Mas se houver um número excessivo de faltas sem justificativas, o médico será punido, podendo até ser demitido. Ainda segundo o secretário, a quantidade de médicos do Estado é inferior à demanda de pacientes e que, por isso, foi aberto um novo concurso público com 700 vagas para médicos de diversas especialidades. A expectativa da Sesap é que todas as vagas sejam preenchidas, pois no último concurso não houve uma demanda suficiente e alguns hospitais, principalmente no interior estão com déficit de profissionais. “Mas o problema não é apenas falta de médico. O que também prejudica o atendimento nos hospitais é a deficiência da rede municipal de Saúde. Como o posto do bairro não tem médico, a população vai em busca de um local que tenha um profissional para resolver o problema. É preciso que os postos de saúde funcionem para que os hospitais cumpram suas reais funções que é o atendimento de alta complexidade e internação”, disse o secretário. “Código não é varinha de condão” O novo código de ética médica -implantado no último dia 13 de abril – ainda não trouxe nenhuma grande mudança na relação médico-paciente. Para o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, a sociedade não pode esperar que as novas regram acabem com os problemas da saúde no Brasil. “O novo código de ética médica não é uma varinha de condão que vai acabar com os problemas da medicina. Isso é uma questão de melhores condições de trabalho, mais recursos humanos e responsabilidade dos gestores da saúde. O código é uma referência para os médicos, ele institui a ética na profissão”, disse o vice-presidente do CFM, Carlos Vital. Ele esteve em Natal, juntamente com o presidente do CFM, Roberto D’ávila para discutir com a classe médica, as alterações do novo código de ética, que foi discutido durante dois anos e contou com a participação de médicos de todo o país. Apesar de ter sido implantado recentemente, Vital não vê nenhuma dificuldade em colocar o documento em prática. Entre as principais mudanças está a questão da manipulação genética, que não permite a escolha do sexo do bebê durante a fertilização ou qualquer melhoramento genético na reprodução in vitro. Mas para Carlos Vital, uma das maiores conquistas foi que os pacientes ganharam mais autonomia para decidir o que será feito no seu corpo. A fiscalização do cumprimento do novo código é de responsabilidade dos Conselhos Regionais de Medicina. Questionado sobre como serão feitas essas fiscalizações, Carlos Vital, disse que a população precisa colaborar com os Conselhos. “Os CRMs não têm condições de fiscalizar tudo. É preciso que o cidadão colabore fazendo e denunciando o que estiver em desacordo”, explicou o vice-presidente do CFM. Um outro ponto do Novo Código trata da interação dos médicos e farmácias, que estava proibida desde 1932. “O médico não pode ser proprietário de farmácia – alopática ou homeopática – e nem ter qualquer interação com esse tipo de estabelecimento sob pena de advertência verbal até a cassação do direito de exercer a medicina”, disse Carlos Vital. E mais uma vez, a população tem um papel de fiscalizar. Isso porque aquelas pessoas que se sentirem prejudicadas devem procurar o Conselho Regional de Medicina para denunciar o profissional. NATAL DISCUTIRÁ AVANÇOS DA ORTOPEDIA NO NORDESTE O transporte seguro de criança nos automóveis e a prevenção do trauma ortopédico são algumas das preocupações da Sociedade Brasileira de Ortopedia, que estará representada em Natal pelo presidente Cláudio Santilli, durante a 14º Congresso Norte e Nordeste de Ortopedia e Traumatologia, que será aberto hoje no Centro de Convenções de Ponta Negra. “Este é um problema crescente em nossa sociedade e acarreta um alto custo emocional, social, econômico e que necessita de entendimento, discussão e medidas para seu controle”, disse o presidente. Ele lembrou ainda que tudo isto vem de encontro à tendência de maior envolvimento e comprometimento do ortopedista com a comunidade, não apenas no esclarecimento quanto na prevenção do trauma ortopédico e diagnóstico precoce das afecções. A ortopedia pediátrica é a mais ampla de todas as sub-especialidades ortopédicas abrangendo toda a variabilidade de afecções e tipos de traumas que acometem as crianças e adolescentes. A idade limite para evitar os problemas ortopédicos varia de centro para centro, sendo que a maioria segue a escola americana em que a área pediátrica chega até os 18 anos. Dentro dessa filosofia alguns centros no Brasil oferecem especialização na área e os principais são : Hospital Pequeno Príncipe, a Unifesp – Escola Paulista de Medicina, a Santa Casa de São Paulo, o Hospital de Clínicas da USP-SP, a AACD e a USP de Ribeirão Preto. No Rio Grande do Norte não existe nenhum hospital público de referência na área de ortopedia. A qualificação dos profissionais e o atendimento aos pacientes são oferecidos pelos hospitais privados conveniados com SUS. “Hoje realizamos cirurgias de alta complexidade, implantamos próteses modernas, mas não dispomos, infelizmente, de um hospital de referência na área de ortopedia”, lamentou o presidente da jornada, o médico Hermann Gomes. No RN são feitas, em média, 800 cirurgias por mês, pagas pelo SUS e realizadas, a maioria, no Hospital Memorial. Durante o Congresso de Ortopedia os médicos vão discutir a falta de compromisso dos governos com a instalação do Hospital de Referência. Os idosos com 60 ou mais anos de idade e renda mensal até três salários mínimos poderão receber remédio de graça para a disfunção erétil. É o que prevê projeto de lei 017/2010, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Parnamirim. O autor é o presidente Rosano Taveira da Cunha, que fundamentou a proposição com base na Lei 10.741 (Estatuto do Idoso), em vigor há sete anos. O artigo 15 assegura “atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde” Ao contrário do que aconteceu em outras cidades em que projeto semelhante foi apresentado, Taveira não acredita que possa ser letra morta por se tratar de aumento de despesas ou virar motivo de chacota em Parnamirim. Ele afirma que o problema é grave e cita estatísticas consagradas na literatura médica, segundo as quais 10% dos homens entre 40 e 70 anos de idade têm alguma forma de impotência sexual e que apenas 30% procuram atendimento. Os médicos dizem que a disfunção erétil (DE) é a doença mais comum do sexo masculino e a menos tratada em todo o mundo. Taveira lembra que atualmente a medicina possui tratamentos avançados para a doença. É o caso de medicamento à base do citrato de sineldafil. O mais conhecido deles é o Viagra. “O problema é que as pessoas de baixa renda não têm dinheiro para comprar o medicamento. Por isso, ficam impedidas de terem uma vida mais saudável.” Uma caixa de Viagra com quatro comprimidos sai em torno de R$ 110. Mas há outras marcas mais em conta. Para se credenciar e receber o medicamento, o beneficiário tem de ser, obrigatoriamente, atendido na rede pública de saúde do município para diagnóstico, prescrição da receita e avaliação periódica. HAPVIDA ARRECADA AGASALHOS PARA DOAÇÃO “Quanto mais gente, mais quente” é o nome da campanha que o Hapvida Saúde iniciou este mês para arrecadação de roupas, lençóis e agasalhos. As doações serão encaminhadas a famílias carentes atingidas pelas chuvas nos estados onde a operadora atua. Em Natal os postos de coleta são o Hospital Antonio Prudente, o Centro Médico Zona Norte e a filial Hapvida Centro. PLANOS DE SAÚDE Dos 7 milhões de consumidores beneficiados com a medida só 1.074 trocaram de plano. Dia 15 de abril fez um ano que clientes de planos de saúde ganharam o direito de mudar de operadora sem a necessidade de cumprir outro período de carência na nova empresa. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entidade responsável pela fiscalização do setor, ainda não fechou os números deste primeiro aniversário da portabilidade. Entidades de defesa do consumidor e representantes das empresas de saúde suplementar concordam que a adesão ao projeto foi baixa, mas têm diferentes explicações para isso. “A norma é excludente, restritiva e insuficiente para atender a grande maioria dos consumidores”, afirma Robson Campos, diretor de Atendimento da Fundação Procon-SP. Para a advogada do Idec Daniela Trettel, a quantidade de critérios que devem ser preenchidos é tão grande que a portabilidade não atingiu seu principal objetivo: fomentar a concorrência entre os planos. O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida, diz que consumidores só mudariam de plano se estivessem “muito descontentes”, porque “acabam desenvolvendo vínculos com seus médicos”. (Fonte: Agência Estado). DIÁRIO DE NATAL Durante o feriado, quando a maioria dos postos de saúde estão fechados e funcionam apenas as unidades de pronto-atendimento, a reportagem do Diário de Natal visitou duas delas para averiguar se havia médico de plantão e se a população estava sendo atendida. Tanto na unidade Pajuçara, Zona Norte, como de Mãe Luíza, Zona Sul, apenas um médico estava de plantão. A reportagem teve acesso apenas à escala da segunda unidade, confirmando que essa era a previsão oficial. Contudo, a enfermeira responsável pelo plantão da unidade de Pajuçara não quis mostrar a lista dos profissionais escalados. Na unidade do Pajuçara a enfermeira responsável pelo plantão diurno, Renis Moura, informou que havia apenas um clínico geral de plantão, que não quis falar com a reportagem. A estudante Michele Daiane Cruz, de 18 anos, foi atendida pelo médico e não teceu críticas ao posto. “Hoje eu cheguei e fui atendida na hora, não teve nenhum problema não”, afirmou. Na unidade de pronto-atendimento de Mãe Luíza também havia apenas uma médica de plantão. A pediatra Marta Lima Tavares disse que estava lá para atender crianças, mas atenderia adulto, se chegasse com uma emergência. “Se chega alguém chorando de dor aqui eu não vejo porque não medicar. Até essa pessoa se deslocar daqui pra outra unidade pode acontecer algo pior”, disse. A médica informou que é comum ela estar de plantão sozinha na unidade. “Na maioria das vezes eu estou sozinha no plantão”. A empregada doméstica Cerize Mendonça da Silva, de 33 anos, tinha acabado de ser atendida pela pediatra. “Eu cheguei aqui com a pressão alta, eu sou hipertensa, e só tinha a pediatra. Graças a Deus ela me atendeu e me medicou”, contou. Segundo ela, a situação na unidade de Mãe Luíza não é das melhores. “Hoje mesmo um vizinho meu estava cheio de dores, ele está cirurgiado, aí ligou para cá e informaram que só havia pediatra, ele pagou um carro pra levar para outro lugar pra ser atendido”, disse. A enfermeira responsável pelo plantão da unidade de Mãe Luíza, Rogéria Abrantes, disse que a escala de médicos está sempre completa. “É difícil ficarmos sem médico, só acontece quando algum adoece e não temos tempo hábil para fazer a substituição”, disse. GAZETA DO OESTE MEDICAMENTO ESTÁ EM FALTA E PACIENTES QUE SOFREM TRANSTORNOS MENTAIS SÃO PREJUDICADOS Os pacientes que fazem tratamento de Transtorno Bipolar e Esquizofrenia, no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), no Alto da Conceição, estão enfrentando sérios problemas devido a ausência de medicamentos importantes para o tratamento de suas doenças. Há mais de um mês, medicamentos como o Seroquel está em falta na II Unidade Regional de Saúde Pública (II URSAP), órgão responsável pela distribuição do medicamento. Nas farmácias, o Seroquel custa em média R$ 440,00 a caixa. A dona de casa Simone Duarte é mãe de dois pacientes com transtorno bipolar, e fala sobre a dificuldade de contê-los em casa. “É muito difícil, eles pegam facas, cadeiras, móveis, tudo para tentar tirar a própria vida. Só quem passa é que sabe. Meus filhos estão regredindo no tratamento. Mas nós não podemos calar, temos que falar para que a saúde tome as devidas providências”, reclamou. Os filhos de Simone são dependentes de três caixas do medicamento por mês. “Só para um dos meus filhos eu teria que gastar mais de mil reais por mês em medicamentos, um dinheiro que eu estou longe de ter, imagine para os dois”, lamentou a dona de casa. A paciente Marta Maria de Souza sofre de transtorno bipolar e esquizofrenia e está com mais de 40 dias sem tomar o medicamento. “Já procurei em Pau dos Ferros e Caicó, mas fui informada de que não há em nenhum lugar do Estado. O pior é que não consigo controlar a agressividade e a depressão”, afirmou. A também paciente Rosineide Moura está enfrentando uma crise pela ausência do medicamento. “Não estou conseguindo comer direito, e tenho que estar sempre com alguém por perto para não tirar a minha própria vida. Só sabe a dificuldade quem passa pelo problema”, afirmou. A médica psiquiatra Fátima Trajano afirmou que a ausência do medicamento é um prejuízo imenso para os pacientes. “Além de estar em falta, quando tem só é acessível para pacientes que têm esquizofrenia, não é tão fácil para os que têm bipolaridade. O tratamento com essa medicação é indispensável, a ausência pode causar inclusive risco de vida, já que esses pacientes em crise, a primeira coisa que pensam é em tirar a própria vida”, alertou. A médica confirmou que há 30 dias o Estado não fornece o medicamento. “O Estado recebe verba para isso e tem que prover a medicação, pois custa caro para as pessoas de baixa renda, que é o público que temos aqui no Caps”, continuou Fátima Trajano. Na II Ursap, a gerente Roberta Fernandes destacou que o problema acontece em todo o Estado. “Já liguei para o coordenador da Unicat em Natal, eles me dizem que estão em processo de licitação, mas o medicamento nunca chega”, afirmou. GAZETA DO OESTE PERÍODO CHUVOSO TRAZ ALERTA PARA O PERIGO DE DOENÇAS O aumento do volume de chuvas facilita a vida do agricultor e ameniza o calor, por outro lado traz problemas urbanísticos ocasionando a queda de árvores, o alagamento das ruas e problemas na distribuição de energia. Além disso, é nesse período que aumentam os riscos de transmissão de várias doenças. É nesta época, que enfermidades como dengue, calazar, diarreia, hepatite e doenças respiratório-alérgicas mais atingem as pessoas. As pessoas devem ter muito cuidado com a água, desde a utilizada para beber até a que acaba ficando represada em pneus, garrafas e caixas d’água destampadas. No que diz respeito às zoonozes, as mais comuns neste período de chuva são a dengue e a Leishmaniose Visceral (calazar). A leptospirose, que é uma das doenças mais graves, também é uma ameaça para essa época, mesmo ainda não tendo registros na Vigilância à Saúde. “No ano passado nós tivemos um caso e neste ano ainda nenhum, mas mesmo assim a população não pode se acomodar, pois essa é uma doença transmitida pela urina do rato, é muito perigosa e pode levar a óbito”, disse a epidemiologista Luciane Barreto. O período chuvoso também é propício para doenças de veiculação hídrica. Nesse caso, destacam-se diarreia, hepatites e enfermidades respiratório-alérgicas. “Já temos um caso registrado de hepatite A desse período, é uma das doenças que mais se destacam. Como o período de chuvas começou há pouco tempo, é cedo para detectar mais casos. Ela é uma doença que se contrai através de acúmulo de lama nas ruas, fezes, moscas, por isso é preciso ter bastante cuidado com a água e os alimentos”, continuou Luciane. A assistente social e epidemiologista da Vigilância lembra que há formas básicas de se evitar esses tipos de problemas. “As doenças respiratórias podem ser evitadas mantendo a casa arejada, deixando o sol e o vento entrar. Já a hepatite pode ser evitada de forma semelhante à fórmula utilizada para se evitar a diarreia: consumir apenas água tratada, fervida ou com hipoclorito”, esclarece. O MOSSOROENSE ESTADO E MUNICÍPIO ACERTAM PONTOS PARA VIABILIZAR MELHORIAS NA SAÚDE Na tarde de ontem, o diretor do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), Marcelo Duarte, o secretário municipal da Cidadania, Francisco Carlos, entre outros representantes da saúde pública estadual e municipal de Mossoró se reuniram para discutir detalhes do convênio entre o Estado e município. O convênio visa possibilitar que o Estado possa dar uma maior assistência ao município e, consequentemente, aprimorar a qualidade da saúde mossoroense. De acordo com Marcelo Duarte, o encontro de ontem foi consequência de uma audiência realizada previamente entre o governador do Estado, Iberê de Souza, e a prefeita de Mossoró, Fafá Rosado. Desta forma, a reunião citada teve como objetivo definir os pontos do convênio, inicialmente discutidos entre os líderes do poder público estadual e municipal. Entre as principais mudanças após o convênio que foram acertadas na reunião, o diretor destaca a alteração na forma do pagamento da tabela Plus para as áreas de anestesia, ortopedia, obstetrícia e cirurgia e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saúde (PPI). Marcelo Duarte explica que nas especialidades acima citadas o município paga um Plus de 100% calculado na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). Com o convênio, o Estado irá arcar com 50% do valor Plus, desonerando o município. “É uma grande ajuda ao orçamento do município”, ressalta o profissional. Com relação ao PPI, Mossoró passará a receber pelos pacientes de outros municípios que são atendidos na cidade. “Com isso, cada município arcará com suas responsabilidades na área da saúde pública”, frisa Marcelo Duarte. O PPI ajudará o Executivo municipal a reduzir o déficit na saúde, com o atendimento de pessoas de outras regiões do Estado. O diretor avaliou o encontro como positivo e afirmou que as mudanças irão refletir em melhorias para o sistema de saúde no município. Ele adianta que o convênio está em fase de finalização e deverá ser assinado possivelmente na próxima sexta-feira, 23. SECRETARIA FARÁ SELEÇÃO PARA CONTRATAR MÉDICOS ASSÚ – Publicado na terça-feira, 20 de abril, por intermédio do Diário Oficial do Município (DOM) cópia do Edital nº 001/2010, que dispõe sobre o Processo Seletivo Simplificado que tem por objetivo a admissão em caráter temporário de médicos (clínico geral) para atuarem nas unidades básicas de saúde da rede pública municipal em Assú. A seleção simplificada se dará mediante análise curricular. O prazo de validade da seleção será de dois anos, prorrogável por igual período. O secretário municipal de Saúde, Jader Torquato do Rego Neto, que coassina o edital juntamente com o prefeito Ivan Lopes Júnior (PP), disse que a contratação atende “à necessidade de programa do governo de excepcional interesse público”. O calendário de inscrições para o Processo Seletivo Simplificado se verificará no período de 22 de abril a 7 de maio, no horário das 8h às 13h, na Secretaria Municipal de Saúde – avenida Senador João Câmara, s/nº, bairro Dom Elizeu. Não será cobrada taxa de inscrição. No ato de inscrição, o candidato deverá apresentar a seguinte documentação: cópia autenticada da cédula de identidade ou outro documento que comprove ser brasileiro nato ou naturalizado; cópia autenticada do comprovante de escolaridade mínima exigida; currículo; certificado de conclusão de curso universitário na área; e documento comprobatório de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM). O certame seletivo simplificado ofertará um total de 15 vagas para uma carga horária semanal de 40 horas.A remuneração mensal bruta para os aprovados corresponderá a R$ 5 mil. A seleção será procedida por comissão constituída por servidores municipais e constará de análise/avaliação curricular. Na análise/avaliação curricular será atribuído o total de 100 pontos. O resultado da análise/avaliação de títulos será fornecido através de edital afixado no quadro de avisos da prefeitura e no DOM. O resultado final será calculado pela soma geral dos pontos obtidos pelos concorrentes inscritos. COMISSÃO Por intermédio da Portaria nº 450/2010 deu-se a constituição da comissão de análise e seleção que organizará o Processo Seletivo Simplificado. Integram a comissão os servidores Jader Torquato do Rego Neto (que exercerá a presidência), Kleber Barreto de Melo Segundo e Wallace Stoessel Avelino Tavares. Assinada pelo prefeito Ivan Júnior e pelo secretário municipal de Administração, Francisco das Chagas Soares, a portaria registrou que a comissão leva em consideração o Processo Seletivo Simplificado “que visa satisfazer a necessidade temporária de excepcional interesse público para preenchimento de vagas existentes para a função de médico clínico geral para as unidades básicas de saúde do município”. JORNAL DE FATO SAÚDE ATINGE META COM CRIANÇAS; DOENTES CRÔNICOS NÃO COMPARECEM A gerência de Saúde de Mossoró continua enfrentando dificuldades para atingir as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde na campanha de imunização contra gripe suína. Até ontem, a prefeitura tinha superado a meta de vacinar 80% da população apenas entre as crianças. Foram 6.055 crianças vacinadas, atingindo uma cobertura superior a 100%. Por outro lado, a prefeitura ainda corre atrás das metas nos demais públicos. A situação mais preocupante está relacionada aos doentes crônicos. Até agora foram vacinadas 7.436 pessoas, o que corresponde a uma cobertura de apenas 36% até o momento. Segundo a gerente municipal de Saúde, Jacqueline Amaral, o problema é nacional. “O Ministério da Saúde fez uma estimativa para os municípios, mas esses pacientes não chegam. Mesmo assim, nosso percentual de vacinação está maior que o percentual do Rio Grande do Norte”, falou. Jacqueline convocou esse público para participar da campanha e esclareceu que devem procurar os postos de vacinação, pessoas com menos de 60 anos com problemas sérios de coração, pulmão, rins, fígado, diabéticos, pacientes em tratamento para Aids e câncer ou os chamados grandes obesos. Gestantes e adultos entre 20 e 29 anos também não compareceram o bastante para Mossoró alcançar a meta. O grupo de gestante atingiu 61,4%, totalizando 2.303 mulheres vacinadas. Já o de adultos com idades entre 20 e 29 anos, está em 51,2%, o que corresponde a 22.867 pessoas imunizadas até o momento. A vacinação prossegue para todos esses públicos até a próxima sexta-feira, data em que será encerrada a terceira etapa da campanha. Dia D O segundo Dia D da campanha de vacinação que seria realizado no próximo sábado foi reprogramado para o dia 8 de maio, quando os idosos serão imunizados contra a gripe comum e a suína. Mossoró deve vacinar 4.288 pessoas com mais de 60 anos de idade na quarta etapa da campanha. O Dia D foi remarcado porque houve problemas na entrega das doses da vacina contra gripe comum (Influenza), produzidas pelo Instituto Butantan, de São Paulo. A quarta etapa segue até o dia 21 de maio. CORREIO DA TARDE PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARTICIPAM DE CURSO DE GESTÃO CLÍNICA EM URGÊNCIA Os gestores da saúde de 17 hospitais de referência que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Metropolitana de Natal participam de um curso de capacitação e gestão de redes e linhas de atenção às urgências no âmbito hospitalar. O objetivo do Curso de Especialização em Gestão Clínica, que é promovido pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), em parceria com a Rede Brasileira de Cooperação em Urgências e Emergências (RBCE), é qualificar o processo de trabalho nos serviços de urgência dos hospitais do SUS do Estado. Iniciado nesta segunda-feira (19), no Hotel Monza, em Natal, o primeiro dos nove módulos do curso, será concluído ainda hoje. O curso faz parte do projeto desenvolvido pela Sesap para reestruturar o sistema de urgências do Estado e é oferecido a 151 profissionais, entre diretores técnicos e administrativos, além de Chefes de setores como UTI, Pronto-Socorro e Centro Cirúrgico. Com uma carga horária total de 360 horas, o curso foi o primeiro dessa natureza a ser realizado no Brasil, segundo o secretário executivo da RBCE, Armando de Negri, coordenador da especialização e ministrante do módulo inicial. “A situação do Rio Grande do Norte não é diferente do resto do país. O atendimento de urgência é precário, com cenas clássicas de pacientes superlotando os hospitais e aguardando uma vaga nos corredores”, associa. A Rede Brasileira de Cooperação em Urgências e Emergências foi contratada para atuar na consultoria para a melhoria no atendimento de urgência local. “É uma tarefa difícil, mas o pontapé inicial é justamente qualificar os gestores garantindo para população o acesso a profissionais mais capacitados”. De acordo com o coordenador de Hospitais e Unidades de Referência (Cohur), José Renato Machado, o curso também será oferecido ainda esse ano a profissionais dos serviços de urgência do interior do Estado, abrangendo um total de 32 unidades hospitalares. “Agora participam, por exemplo, os gestores do Walfredo Gurgel, Santa Catarina, Giselda Trigueiro e outros grandes hospitais. Posteriormente o Tarcísio Maia em Mossoró e o Regional do Seridó, em Caicó”, adianta o coordenador. A diretora do Hospital Maria Alice Fernandes, Lana Brasil, garante que uma das vantagens do evento é a discussão e interação dos gestores. “A saúde tem que trabalhar em conjunto. É importante cada profissional que administra um grande hospital ter noção de como está sendo realizado o atendimento nos demais, para aperfeiçoar o seu próprio trabalho”, acredita. Sistema Integral de Atenção às Urgências Além de capacitações, o projeto de reorganização do sistema de urgências implementado pela Sesap inclui a ampliação do Serviço Atendimento Médico de Urgência (Samu) para todo o RN, a melhoria da estrutura dos setores de urgência já existentes e abertura de novos, onde for necessário, e aquisição de mais equipamentos, como destaca José Renato. “As unidades do Samu Metropolitano serão assistidas em todo o RN. Das atuais 14, passarão ainda esse ano para 62. Representa um grande avanço no atendimento de urgência local. Os recursos para os novos equipamentos já estão em fase de liberação, então acredito que até agosto desse ano, já teremos uma melhora significativa”, finaliza. Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5343 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9911-6570