CRM Virtual

Conselho Regional de Medicina

Acesse agora

TRIBUNA DO NORTE SAMU DO INTERIOR NÃO TEM ESTRUTURA Estacionadas há mais de três meses no pátio do Complexo Tático Operacional do Batalhão de Choque, na avenida Prudente de Morais, as 24 ambulâncias entregues pelo presidente Lula no dia 09 de junho para o Governo do Estado devem esperar pelo menos até o fim do mês para estarem nas ruas do Rio Grande do Norte. As ambulâncias serão utilizadas na interiorização do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). É preciso, antes de pôr os veículos à disposição da população, estruturar o funcionamento do Samu no interior do Estado. Até hoje apenas a Região Metropolitana de Natal é coberta pelo Samu. Desde junho, o Governo do Estado se esforça para levar o Serviço para o interior do Estado. As ambulâncias chegaram antes da infraestrutura mínima para o funcionamento do Samu. “O prazo para a entrega das ambulâncias pelo Ministério da Saúde era outro. Não podíamos deixar de receber ou iríamos perder os veículos”, diz Selma Santiago, diretora do Consórcio Intermunicipal de Saúde do RN, que irá gerir o Samu no interior. A expectativa do Consórcio é dar início às atividades do Samu em cidades fora da Região Metropolitana de Natal no fim de outubro. O prazo inicial era setembro, mas não pôde ser cumprido. Nesse primeiro momento, as ambulâncias irão atender uma região de 60 municípios, fixada pelo Consórcio, que vai de Macau a Baía Formosa. Trata-se de uma ampliação na área atual do Samu, restrita aos municípios da Região Metropolitana de Natal. A central de regulação, em Macaíba, será ampliada, ao mesmo tempo em que bases de apoio serão criadas em 20 dos municípios da região. As outras duas regiões – o Estado foi dividido em três para interiorizar o Samu – ficarão sob a influência das centrais em Mossoró, englobando o Alto Oeste, e de Currais Novos, responsável pelo Seridó e arredores. Em Mossoró, já existe uma central de regulação, que também será ampliada. Já em Currais Novos, será preciso criar uma central de regulação nova. O segundo passo será dado em Mossoró e, por último, em Currais Novos. Em 53 municípios do Estado haverá bases de apoio. Outro ponto muito importante está em andamento: a seleção e capacitação dos profissionais. Segundo cálculos de Selma Santigado, serão necessários 900 profissionais para colocar o serviço em funcionamento. Uma seleção temporária, enquanto não é feito o concurso público, está em andamento, com o edital a ser publicado nos próximos dias. “Tão ou mais importante do que ter estrutura é ter pessoal qualificado”, diz Selma Santiago. Mesmo assim, a estrutura é motivo de preocupação. Como se sabe, os hospitais regionais do Rio Grande do Norte não estão preparados para dar conta de um grande volume de urgências. Há um déficit de médicos e equipamentos. Será necessário levar os pacientes para Natal? “Sabemos que a “ambulancioterapia” é algo institucionalizado no RN. Mas precisamos de uma estrutura mínima”, diz. Essa estrutura mínima é avaliada como um atendimento de urgência, com mínimas condições de receber e acompanhar os pacientes, em cada um dos 53 municípios que servirão como base para o Samu ao longo do Rio Grande do Norte. Caso isso não seja possível, os hospitais natalenses continuarão abarrotados de pacientes do interior. “Esperamos diminuir significativamente o número de mortalidade e de pessoas com sequelas no interior do Estado”, encerra. As 24 ambulâncias paradas no pátio do Complexo Tático Operacional do Batalhão de Choque são apenas uma parte das 77 a ser entregues ao Consórcio. O investimento total para a implantação do Samu no interior é de R$ 21 milhões, dos quais R$ 13 milhões são de responsabilidade do Governo Federal e o restante do Estado. OUTUBRO PARA COMBATER O CÂNCER A cada dois minutos, uma mulher é diagnosticada com câncer de mama. Por dia 30, morrem vítimas da doença no Brasil. E no Rio Grande do Norte estima-se o surgimento 540 novos casos apenas este ano. Os dados são assustadores, mas essa situação pode ser revertida se houver um diagnóstico precoce da doença. Para se ter uma ideia da abrangência da doença, de janeiro a agosto deste ano foram detectados, só na Liga Contra o Câncer, 379 novos casos de câncer mamário. Em muitos desses, a doença já está em estágio avançado. “O câncer de mama está se alastrando no mundo todo. Apesar da grande publicidade que o problema ganhou, ainda são muitas as mulheres que não tem informação sobre a doença e, principalmente, sobre a possibilidade de cura através do diagnóstico precoce – que é o melhor tratamento”, disse oncologista e mastologista da Liga Norte-riograndense contra o Câncer, Maciel Matias. Ainda segundo o médico quando o tratamento é feito no início da doença, as chances de cura da mulher pode chegar a 100%. Já nos casos mais avançados essas possibilidades são bastante reduzidas. E é para despertar a sociedade para o combate ao câncer de mama, que começa hoje ‘Outubro Rosa’. Uma série de eventos que tem por objetivo ‘jogar luz’ sobre um sério problema de saúde pública. A programação conta com palestras e panfletagens – em escolas, clínicas. A abertura do evento será às 9h, no Centro Avançado de Oncologia (Cecan), uma das unidades da Liga. No dia 16 de outubro será realizada uma caminhada para alertar sobre a importância da mamografia. Além disso, durante o mês de outubro, alguns monumentos da cidade serão iluminados com a cor rosa. Elenir Mesquita, uma das organizadoras do Outubro Rosa, sabe bem a importância do diagnóstico precoce. Foi por ter descoberto a doença no estágio inicial que ela está curada. “Descobri a doença em 2005, fiz a cirurgia, a quimioterapia. Ainda estou tomando medicação porque só é considerada a cura depois de cinco anos. Mas está tudo bem comigo”, disse Elenir que faz parte do Despertar, um grupo de voluntárias recuperadas do câncer de mama que realiza um trabalho de apoio através da troca de experiência com mulheres que já vivenciaram a doença. “Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida física e emocional das pacientes e estimular a participação de familiares no processo de cura, através de reuniões palestras”, disse Elenir. Lindomar Queiroz, que teve câncer de mama há 25 anos, também ressalta a importância do diagnóstico precoce e do apoio da família. “Na minha época não tinha tanta informação, hoje é muito mais fácil diagnosticar a doença. O apoio da família também é muito importante no tratamento da mulher. No meu casos, a família foi fundamental”, disse Lindomar, que faz parte da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama. SECRETARIA DE SAÚDE DIVULGA NOVO BOLETIM DA DENGUE Um novo boletim epidemiológico sobre a situação da dengue no Rio Grande do Norte foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Os dados são referentes à semana de 12 a 18 de setembro de 2010. Em todo o estado já foram notificados 6.294 casos da doença. As cidades que apresentam alta incidência da dengue somam 17, com os maiores números registrados nos municípios de Natal (3.248 casos notificados), Pau dos Ferros (510), Jardim do Seridó (155), Parelhas (150), Marcelino Vieira (131) e Santa Cruz (106). Com o aumento no número de casos a Sesap orienta para que a população redobre a atenção, principalmente, evitando o acúmulo de lixo e água parada e limpando as caixas d’água e calhas dos telhados. Em Natal, através do telefone 0800 281 4031 é possível agendar a visita dos agentes de saúde e avisar sobre focos do mosquito da dengue. No restante do Estado as pessoas podem procurar as Secretarias de Saúde dos seus municípios. Fonte: Assessoria de imprensa DIÁRIO DE NATAL SAÚDE // CONHECENDO OS USUÁRIOS DE CRACK O aumento no consumo do crack e sua disseminação entre as classes sociais vêm preocupando as autoridades brasileiras. Como ainda faltam no Brasil dados precisos sobre o perfil do usuário da droga, o Ministério da Saúde informou ontem que pretende divulgar até o início do ano que vem os resultados de um estudo que está desenvolvendo nas cidades do Rio de Janeiro, de Macaé (RJ) e de Salvador (BA). O objetivo é direcionar de forma mais eficiente as ações do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, que está recebendo R$ 140,9 milhões, em verbas federais. De acordo com o ministério, essas cidades foram escolhidas porque já eram alvo de atividades na área, promovidas pelas universidades federais locais. Para mapear a situação, o levantamento está dividido em seis partes que incluem a coleta de dados sobre moradia, idade e sexo de pessoas que usam crack; além de comportamentos de risco para doenças sexualmente transmissíveis, como hepatite e aids, já que muitos dependentes se prostituem em troca de dinheiropara comprar a droga. Outro aspecto que o estudo vai traçar é o diagnóstico do tipo de serviço público mais procurado por quem deseja abandonar o vício. De acordo com o Ministério da Saúde, um dos principais desafios é garantir a vinculação do paciente ao trabalho desenvolvido por essas instituições, evitando que o paciente abandone o tratamento, que precisa ser cada vez mais rápido, como destaca a diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ivone Ponczek. “O crack trouxe muitas mudanças no tipo de tratamento oferecido. Como é uma droga que causa dependência rapidamente, temos que agir da mesma forma. Antes da sua disseminação, a ação era gradativa. Com ele, pode não dar tempo, principalmente pela compulsão forte que é provocada e porque muitas vezes o paciente vai e não volta mais”, explicou, afirmando que a proporção de atendimentos de viciados na droga aumentou bastante nos últimos três anos. SECRETARIA VAI TRANSFERIR PACIENTES DO WALFREDO Medida visa combater superlotação. Além disso, hospitais estaduais não mais atenderão baixa e média complexidade A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) vai remover pacientes do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel para acabar com a superlotação na unidade. Além disso, dentro de 60 dias, deixarão de ser feitos atendimentos de urgência de baixa e média complexidade em dez hospitais do estado, o chamado pronto-atendimento. As medidas foram acordadas entre a juíza Sulamita Pacheco, nesta segunda-feira, durante uma audiência de conciliação com a participação do secretário de saúde, George Antunes e do procurador do estado, Miguel Josino Neto. O encontro foi proposto em virtude de uma Ação Civil Pública, movida pela Promotoria da Saúde, que pede o fim da lotação dos corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel que sofre com a demanda de todos os municípios do estado. O objetivo da audiência foi tentar solucionar o problema de lotação nos corredores de hospitais públicos com pacientes em macas, inclusive o WG. A Sesap se comprometeu, no prazode 30 dias, a transferir 50 pacientes de clínica médica do Walfredo para o Rui Pereira (antigo Itorn), além de assegurar mais dez leitos de internação de ortopedia no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim. Ficou acordado ainda que o estado fechará os pronto-atendimentos existentes nos seguintes hospitais regionais: Pau dos Ferros, Assú, Parnamirim, Macaíba, Caicó e Currais Novos e Natal (Walfredo, GiseldaTrigueiro, Maria Alice Fernandes e Santa Catarina). Dentro desse período precisa ser assegurando leitos para internação hospitalar de clínica médica aos moradores das regiões citadas. O Ministério Público se comprometeu a promover uma reunião em Natal, em 15 dias, com todos os prefeitos, secretários de saúde e promotores dos municípios mencionados para conversar sobre aos pronto-atendimentos dos municípios que é responsabilidade das prefeituras. A assessoria da Sesap informou que o órgão ainda não foi notificado sobre o acordo e por isso não vai se pronunciar. MÉDICOS FAZEM CAMPANHA SOBRE O CÂNCER DE MAMA Evento Outubro Rosa, que começa hoje, foca na importância do diagnóstico precoce Com objetivo de alertar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama no Rio Grande do Norte, a Liga Norteriograndense Contra o Câncer realiza, pelo segundo ano consecutivo, o Outubro Rosa – movimento que surgiu nos Estados Unidos em 1997. O evento ganhou esse nome em alusão à cor rosada da auréola do seio, a sexualidade e a perpetuação da vida, através da lactação. A abertura oficial do evento será hoje, às 9h, na recepção do Centro Avançado de Oncologia (Cecan). Durante todo o mês dezenas de palestras serão realizadas como forma de incentivar as mulheres a procurar o mastologista e realizar os exames preventivos. Além dos profissionais da Liga, os grupos Rede Feminina e Despertar formados por mulheres vítimas da doença vão se revezar ministrando palestras e alertando sobre o diagnóstico precoce em fábricas, instituições públicas, escolas, hospitais e igrejas. Mastologista há mais de 40 anos e membro da superintendência da Liga, Ivo Barreto chama atenção para a importância das mulheres procurarem o médico especialista em mama, pelo menos uma vez por ano. Os profissionais da Liga objetivam que cada pessoa que assista as palestras se transforme em agente multiplicador e alerte em torno de cinco amigos e familiares sobre a doença. A expectativa é de que o RN registre, em 2010, uma média de 500 novos casos. De acordo com o médico, o autoexame, amplamente difundido como um dos métodos de prevenção, só detecta tumores em estágio avançado. “Claro que é importante a mulher se conhecer, porém é indispensável que procure o mastologista que através da consulta clínica e exames específicos vai poder fazer um diagnóstico mais preciso”, destacou o médico. Entre os exames solicitados pelo mastologista como forma de detectar o câncer de mama precoce, estão mamografia, ultrassonografia, citológico, ressonância magnética e ductoscopia (exame feito nos ductos mamários). Esses exames são de extrema relevância para que a mulher que tenha confirmado o diagnóstico da doença possafazer o tratamento e ser curada sem que seja necessária a mutilação da mama. Rede pública Uma das mais importantes bandeiras levantadas pela mobilização refere-se à importância da mamografia, exame garantido pela Lei Federal 11.664/08, às mulheres a partir dos 40 anos na rede pública de saúde. Serviço Lançamento do Outubro Rosa Local: Cecan, Avenida Amintas Barros, 4488 Horário: 9h MUTIRÃO // HEMONORTE BUSCA DOADORES DE MEDULA O Hemonorte realiza amanhã, das 10h às 22h, uma campanha para cadastrar e orientar pessoas sobre a doação de medula óssea. Segundo a chefe da divisão de serviço social do Hemonorte, Miriam Mafra, o transplante de medula óssea ajuda a tratar doenças relacionadas ao desequilíbrio do sangue, como por exemplo a leucemia e anemia aplástica grave. “Por isso a importância da sensibilização de voluntários para o cadastro”, explica. Durante todo o dia, o Hemonorte fará a coleta das amostras de sangue de 5ml para realização dos testes de compatibilidade, chamado de HLA. O público alvo são pessoas saudáveis de 18 a 55 anos. Além disso, os voluntários fornecerão os dados de identificação como nome, identidade e CPF. O cadastro fica armazenado nos dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Rio de Janeiro. De acordo com Miriam Mafra, “no RN já foram feitos mais de 14 mil cadastros de doadores voluntários que beneficiam tanto os brasileiros como pessoas da América Latina”, informa. A assistente social explica que devidoa grande miscegenação racial no Brasil, a compatibilidade torna-se ainda mais difícil. “A luta pela busca de sangue e de doadores de medula óssea é diária. Quanto mais pessoas tiverem conhecimento sobre o assunto, maiores serão os cadastros e mais vidas poderão ser salvas”, detalha. Saiba mais A medula óssea é um tecido que ocupa o interior dos ossos. Lá são produzidos os componentes do sangue, como as hemácias, leucócitos e paquetas. A compatibilidade genética para transplantes é de 1 para cada 100 mil pessoas. Serviço Campanha de doação de medula óssea Data: 6 de outubro de 2010 Horário: 10 ás 22h Local: Natal Shopping Center SÓ REMÉDIOS NÃO BASTAM Psiquiatras e psicólogos defendem que transtorno bipolar precisa ser tratado também com terapias alternativas Uma montanha-russa emocional, cujos trilhos levam tanto à depressão quanto à euforia. Para as vítimas do transtorno bipolar, a vida é um revezamento de sentimentos e sensações, muitas vezes extremamente debilitantes. Em alguns períodos, viver parece transcorrer em preto e branco – nada tem graça, a autoestima vai à lona, a tristeza toma conta e não se tem energia para encarar o dia a dia. Em outros, um entusiasmo incontrolável invade corpo e alma, deixando a existência excessivamente iluminada, colorida, esfuziante. A voz, as atitudes e os desejos tomam grandes proporções. Os limites são ignorados e a pessoa imagina poder tudo. A bipolaridade é confusa e mais frequente do que se imagina. A Associação Brasileira de Transtorno Bipolar estima que o número de brasileiros acometidos pela doença chegue a 15 milhões. Se não for cuidado, o mal traz grande sofrimento e incapacitação. Quando tratado com psicofármacos, as manifestações, especialmente as depressivas, não desaparecem por completo. Atualmente,psiquiatras e psicólogos que são referência no assunto não vacilam ao assumir que a abordagem não farmacológica é fundamental para o enfrentamento da doença. O psiquiatra Sérgio Tamai, chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Santa Casa de São Paulo, aponta que, mesmo utilizando todo o arsenal farmacêutico, 60% dos pacientes não apresentam remissão dos sintomas da bipolaridade e os 40% restantes esboçam recaídas periódicas. De acordo com o médico, sem a intervenção não medicamentosa não se promove autoconhecimento e melhor entendimento da doença, ainda altamente estigmatizada. “Já temos estudos científicos que comprovam que a psicoterapia é determinante na adesão do paciente ao tratamento farmacológico, na redução dos sintomas residuais e até na prevenção de recorrências. A psicoeducação, a terapia cognitivo-comportamental e a terapia interpessoal e familiar são ferramentas adjuvantes, que maximizam as chances de o paciente retomar a vida”, diz. O transtorno está relacionado a fatores bioquímicos, genéticos e ambientais. O primeiro surto geralmente é deflagrado por um fato marcante na vida da vítima. À medida que vão ocorrendo, as crises ficam mais intensas e passam a ser provocadas por acontecimentos corriqueiros. A medicação estabiliza o indivíduo organicamente, minimizando as variações de humor. A psicoterapia reduz as consequências emocionais dessas variações. “A psicoeducação, por exemplo, visa fornecer aos doentes e aos familiares informações sobre a natureza e o tratamento da bipolaridade. O paciente passa a ter habilidade no reconhecimento de situações que possam desencadear crises”, reforça a psicóloga Girlene Marques Pinheiro. PACIENTES SOFREM COM ESTIGMA DA LOUCURA Estudos realizados recentemente na Europa apontam que essa terapia também tem papel importantíssimo para atenuar a ação negativa do estigma da bipolaridade. A psicóloga acrescenta que os bipolares têm problemas associados ao equívoco de entendimento da sociedade em relação às doenças mentais. “São pacientes com autoestima abalada, com medo extremo de recaídas, porque sabem os danos emocionais e pessoais dessas recorrências, além de dificuldades interpessoais. A psicoeducação, assim como a terapia cognitivo-comportamental, ensina a reconhecer as pedras no caminho que podem provocar as crises”, garante Girlene. O arquiteto João Francisco*, 31 anos, teve a primeira crise depressiva quando mudou de cidade para cursar a faculdade de arquitetura. Longe de casa e diante de novos desafios, ele se sentiu acuado. A depressão não tardou, e veio tão intensa que o jovem não conseguia levantar da cama. A vida parou. Preocupado, João buscou tratamento e, quando conseguiu voltar às atividades sociais e profissionais, foi tomado pelas manifestações da euforia. “Mesmo tomando antidepressivos e antipsicóticos, uma energia incontrolável tomou conta de mim. Passei a confundir imaginação com realidade. Falava alto, achava tudo engraçado, imaginava ter poderes de super-heróis. As pessoas ao meu redor julgavam que eu estava ótimo, mas a situação estava fora de controle”, relata. Dez anos depois desse episódio, João considera vital estar atento para evitar as crises. E a psicoterapia é uma aliada de peso nesse processo. “Com ela, me conheço melhor. Descobri ainda que apostar no lado criativo me faz muito bem. Pinto, desenho, arrisco projetos de cenografia. São atividades que me dão prazer e também funcionam como terapia. Atualmente, trabalho, faço faculdade de artes plásticas, procuro viver um dia após o outro”, diz. O psiquiatra Sérgio Tamai lembra que o transtorno bipolar é uma doença crônica, com uma carga considerável de comorbidades. As abordagens medicamentosa e psicoterápica não bastam. “Também é fundamental que os bipolares tenham um estilo de vida saudável. O envolvimento com álcool e drogas é comum e deteriora ainda mais a saúde mental e física”, alerta. A família e as associações de pacientes também são amparos necessários. “Pais e irmãos podem ajudar sem superproteger. Quem está próximo deve entender a doença, socorrer nos momentos difícieis, saber ler os sinais de crise”, acrescenta João. * Nome fictício a pedido do entrevistado Saiba mais Entre dois extremos O que é ? É um transtorno mental que alterna episódios de depressão com períodos de mania, que na psiquiatria significa um estado exaltado de humor, externado por comportamentos como euforia, hiperatividade, diminuição da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e incapacidade de autocontrole Causas da doença Ainda desconhecidas, mas com o envolvimento comprovado dos seguintes fatores: l Bioquímicos – alterações em neurotransmissores l Genéticos – mecanismos complexos de transmissão envolvendo múltiplos genes l Ambientais – traumas ou incidentes que marquem a vida do indivíduo de forma negativa Diagnóstico A identificação da doença requer envolvimento de três dos seguintes sintomas, por pelo menos uma semana: l Aumento excessivo da autoestima l Redução da necessidade de sono l Fala exagerada l Aceleração da velocidade de pensamento e fuga das ideias l Dificuldade de focar a atenção l Aumento da agitação psicomotora até um grau extremo l Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial de consequências danosas, como gastar demais e ter relações sexuais impulsivas Tratamento tradicional l No tratamento, costumam ser empregados medicamentos conhecidos como estabilizadores de humor, que servem para tratar tanto os episódios depressivos quanto os maníacos. l O mais antigo e eficaz é o lítio. Mas outras substâncias, como o ácido valproico, a carbamazepina e a oxcarbazepina, também são receitadas l Quando a vítima expõe a si mesma e aos outros a situações perigosas pode se fazer necessária a internação O combate não farmacológico Os remédios trazem de volta o equilíbrio químico do cérebro, mas para reorganizar a vida conturbada pelo transtorno é fundamental a psicoterapia. l Psicoeducação – apoio informativo sobre a doença para os pacientes e seus familiares l Terapia centrada na família – busca o entendimento do transtorno e a elaboração de estratégias para que pais, cônjuges, irmãos, filhos ou outras pessoas do convívio do paciente aprendam a lidar com a doença l Terapia interpessoal – foca na resolução de conflitos pessoais, como perda afetiva e da autoestima l Terapia cognitiva comportamental – trabalha a reestruturação de pensamentos muito positivos ou muito negativos DENGUE // 17 CIDADES NO RN COM ALTA INCIDÊNCIA Um novo boletim epidemiológico sobre a situação da dengue no Rio Grande do Norte foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Os dados são referentes à semana de 12 a 18 de setembro de 2010. Em todo o estado já foram notificados 6.294 casos da doença. As cidades que apresentam alta incidência da dengue somam 17, com os maiores números registrados nos municípios de Natal (3.248 casos notificados), Pau dos Ferros (510), Jardim do Seridó (155), Parelhas (150), Marcelino Vieira (131) e Santa Cruz (106). O MOSSOROENSE USUÁRIOS SE QUEIXAM DO ATENDIMENTO PRESTADO PELOS PLANOS DE SAÚDE NA CIDADE Marcar uma consulta médica, mesmo que seja através dos planos de saúde, é uma batalha para milhares de cidadãos. “Pago plano de saúde e quando necessito de uma consulta, muitas vezes tenho que esperar meses. Se for exame, pior ainda, porque algumas vezes não são feitos aqui em Mossoró, então tenho que marcar em Natal. Às vezes a espera é de quase três meses”, reclama a professora Elenice Vieira. A situação vivida por Elenice parece muito semelhante ao atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e essa é uma das maiores queixas dos consumidores: pagar caro por um serviço e não ter o retorno desejado. Ela conta que possui plano de saúde há mais de 10 anos e que a situação tem piorado ano a ano. “Nesse período até já mudei de empresa para ver se melhorava. Antigamente não era assim, todos os procedimentos eram mais fáceis e rápidos. Hoje há muita burocracia. Para fazer um simples exame de sangue é preciso pedir uma autorização que tem prazo de validade”, revela. Elenice Vieira não é a única. Um levantamento realizado este ano pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) constatou através de pesquisas que 88% dos conveniados a planos têm dificuldades para marcar consultas, exames e outros procedimentos. Os usuários acreditam que boa parte desse problema se deve a dois fatores principais: a redução na quantidade de médicos conveniados, o que provoca uma longa espera pelos poucos profissionais e também a preferência deles pelos usuários que pagam as consultas e exames de forma particular. “É o que a gente escuta frequentemente nos consultórios e é a realidade. Os médicos recebem pouco pelas consultas pelo plano e preferem o paciente particular. A gente paga por um plano, mas tem um serviço igual ao do SUS ou pior”, comenta a dona de casa Elza de Lima. Esse relato feito pelos conveniados apresentando diferença no atendimento em relação aos pacientes particulares fere o Código de Ética Médica e a Lei de Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98). Em função dessa insatisfação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pretende fixar prazos mínimos para o atendimento dos consumidores em seus respectivos planos. Muito mais do que uma conduta abusiva das empresas, esses problemas podem gerar danos à saúde dos usuários. O Idec defende que a regulamentação editada pela agência também contenha regras para minimizar a burocracia exagerada. A perspectiva da ANS é que os prazos estabelecidos cheguem a sete dias para consultas como pediatria e clínica geral, três dias para exames clínicos simples e 21 para procedimentos de alta complexidade. A previsão é que esses prazos comecem a valer a partir de março de 2011. Assessor de comunicação de um dos planos de saúde de Mossoró, Ciro Ney disse que até o momento ainda não foram comunicados a respeito da nova regulamentação que a ANS pretende implantar. Ainda assim ele informa que as queixas relativas ao problema têm diminuído. “Em Mossoró, o maior problema é, sobretudo, a pequena quantidade de profissionais em algumas especialidades, como reumatologistas, por exemplo. Eles atendem a todos os planos e ainda particular, por isso muitas vezes há essa espera”, diz. Segundo ele, a ouvidoria do plano tenta atender os usuários e resolver o impasse o mais rápido possível. REGIONAIS DE SAÚDE DISCUTEM MORTALIDADE MATERNA O Grupo Auxiliar de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) promove hoje (5) mais uma reunião do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Neonatal, a partir das 8h, no Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde (Cefope). Na pauta estão previstas a apresentação do Plano de Formação da Rede Perinatal das 3ª e 5ª Unidades Regionais de Saúde Pública (Ursaps), com sedes nos municípios de João Câmara e Santa Cruz, respectivamente. COMITÊ A criação e o fortalecimento de comitês de mortalidade materna nos âmbitos nacional, regional, estadual, municipal e hospitalar são considerados pelo Ministério da Saúde como uma estratégia fundamental para a prevenção do óbito materno, inserida dentro das ações do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. LIGA CONTRA O CÂNCER ABRE PROGRAMAÇÃO DO “OUTUBRO ROSA” Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer realizará a partir das 9h de hoje, no Centro Avançado de Oncologia (Cecan), a abertura oficial de sua programação para o “Outubro Rosa”. O objetivo do evento – que acontece pelo segundo ano no Rio Grande do Norte – é conscientizar e mobilizar a sociedade acerca dos alarmantes números do câncer de mama no Estado. Além do superintendente, Roberto Duarte Sales, estarão presentes na solenidade toda a diretoria da Liga, os grupos voluntários Rede Feminina de Combate ao Câncer e Grupo Despertar, e funcionários da instituição. Ao longo de todo o mês de outubro serão realizadas palestras e panfletagens em shoppings, escolas, livrarias e diversas comunidades da cidade, como também várias outras mobilizações, entre elas uma caminhada no sábado, 16, na avenida Engenheiro Roberto Freire, que visa alertar sobre a importância da mamografia periódica para todas as mulheres com mais de 40 anos e do diagnóstico precoce, exame que é considerado o melhor meio para detectar tumores ainda em fase inicial, possibilitando a cura em até 95% dos casos. Grande parte da população feminina ainda não se conscientizou da importância da detecção precoce do câncer de mama. Por esse motivo, cerca de 10 mil mulheres continuam morrendo a cada ano. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é responsável por mais de 15% das mortes por câncer no Brasil. Por ano, cerca de 50 mil novos casos desse tipo de câncer são diagnosticados no país. O Inca estima ainda que o câncer de mama deve atingir 540 mulheres no Rio Grande do Norte em 2010, desses 60% já em estágio avançado, sendo 220 apenas na capital. O índice coloca o RN no quinto lugar entre os estados do Nordeste e 15º em todo o Brasil com maior índice de novos casos. Atualmente na Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer existem 1.200 pacientes se tratando do câncer de mama. Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5343 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9909-4100

Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.