TRIBUNA DO NORTE SINDICÂNCIA VAI APURAR MORTE DE PACIENTE A Secretaria Municipal de Saúde vai abrir sindicância para apurar responsabilidades sobre o atendimento de uma paciente de 65 anos, que chegou com parada cardíaca, na manhã do sábado, dia 15, e teria morrido ao dar entrada no Hospital dos Pescadores, justamente no momento em não existia médico plantonista naquela unidade de saúde das Rocas. O secretário Thiago Trindade informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que a SMS vai abrir processo administrativo para averiguar se houve negligência médica ou falha no atendimento à idosa. “Se houve, é crime, aí as providências serão tomadas”, disse a jornalista Ana Karina Castro. A assessoria de imprensa da SMS confirmou que ainda esta semana deve sair a nomeação dos membros da comissão de sindicância. Além disso, informou ainda, que, no começo da tarde do sábado, o secretário esteve no Hospital dos Pescadores logo depois de tomar conhecimento dos fatos. Já o diretor técnico do Hospital dos Pescadores, médico José Moreira, disse ontem à tarde, à TN, que vai enviar um relatório À SMS sobre o que ocorreu na manhã do dia 15. “Não vou fazer uma defesa, mas dizer o que realmente ocorreu”. Segundo ele, o Samu chegou para prestar atendimento à paciente, mas o que ouviu, preliminarmente, é que ela “já chegou em óbito” no hospital, pois já fazia algum tempo que sofrera a parada cardíaca. José Moreira confirmou que o médico plantonista não esperou pela passagem do plantão, que foi do horário das 19 horas da sexta-feira, dia 14, até às 7 horas do sábado. Além disso, ele disse que a médica escalada para cobrir o plantonista que saía, também chegou atrasada. Para elaborar o relatório, Moreira disse que faria uma consulta ao livro interno de ocorrência e ouviria a equipe de enfermagem que estava de serviço na hora em que a paciente chegou ao Hospital dos Pescadores, além do livro de ponto. Ele também explicou, que independentemente do ocorrido, já vinha conversando com os profissionais médicos do Hospital dos Pescadores sobre a necessidade cumprir a passagem do plantão: “Vou fazer outra reunião nesta quarta-feira”. Mas, segundo Moreira, o problema de escassez de plantonistas persiste naquela unidade, que já perdeu quatro médicos e está na iminência de perder outro, “devido à sobrecarga de trabalho”. Embora a recomendação da Associação Médica Brasileira seja de um paciente atendido a cada 15 minutos, Moreira explicou que ainda não tinhaa tido tempo de elaborar o citado relatório, porque desde a manhã e até o fim da tarde de ontem, já havia atendido mais de 140 pessoas no Hospital dos Pescadores: “Nossa função é relatar a verdade”, resumiu ele. DE JANUÁRIO CICCO A KLEBER MORAIS A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, completa 60 anos. A sua história se mistura com a história do povo do estado e do país, ultrapassando as suas fronteiras. Idealizada e construída por Januário Cicco (São José do Mipibu 30.04.1881 – Natal 01.11.1952), teve as suas obras iniciadas em 1932, mas foi ocupada durante a segunda guerra mundial, servindo de quartel general das forças aliadas e hospital de campanha, durante a década de quarenta. Restaurada, teve a sua inauguração em 02 de fevereiro de 1950, com o nome de Maternidade de Natal. À revelia do seu fundador, na data da inauguração o nome foi mudado para Maternidade Januário Cicco. Com a morte de Januário em 1952, assumiu Onofre Lopes da Silva (1952), que teve como sucessores João Tinoco (de 1953 a 1956), Joaquim Luz Cunha (de 1956 a 1961), Leide Morais (1961 a 1989), Ivis Bezerra (de 1989 a 1995), Evanuel Elpídio (1995) Ivan Lins de Oliveira (de 1995 a 1997), Iaperi Soares de Araújo (de 1997 a 1999), Maria do Carmo Lopes (de 1999 a 2003) e Kleber Morais, desde 2003 até os dias atuais. Kleber, que já foi chefe do departamento de toco-ginecologia, é graduado pela UFRN e tem doutorado pela Universidade de Paris. Como podemos observar, o professor Leide Morais dirigiu a MEJC durante 28 anos. Nesse período ele instalou a cátedra de obstetrícia; promoveu a integração com a ginecologia, criando o departamento de toco-ginecologia; fundou a Residência Médica; instalou diversos serviços de especialidades, para o atendimento da mulher (anestesiologia, urologia, mastologia, endocrinologia, citopatologia, infertilidade, etc.); estimulou bases de pesquisas; promoveu a qualificação do quadro de professores, com a formação de mestres e doutores. Comecei a trabalhar na MEJC, após concurso para Professor Colaborador em 1977, e tive o prazer e a honra de trabalhar com o professor Leide Morais até a sua aposentadoria em maio de 1989. O professor Leide nasceu em Mossoró, pelo fórceps de Antonio Soares Júnior, no ano de 1927, três meses após a expulsão das tropas de Lampião, no governo do prefeito Rodolfo Fernandes, que tinha como chefe de polícia, o Tenente Laurentino de Morais, seu pai. Formado na Bahia em 1952, teve como colegas de turma Celso Matias, Hellen Costa, Otávio Maia e Antonio Carlos Magalhães. Construiu o Hospital da Polícia, projeto de Eudes Moura. Fez pós-graduação em Madrid em 1960. O professor Leide dedicou toda a sua vida à MEJC. Criou e orientou uma equipe de professores e funcionários de uma maternidade escola que formou várias turmas de médicos e deu assistência ao nascimento de várias gerações. A MEJC é eternamente grata ao Professor Catedrático, Coronel Leide Morais, como ele gostava de ser chamado. Na gestão de Kleber, a MEJC tem passado por um processo de modernização, como há muito não se via. Embora mantenha a sua arquitetura externa, internamente há uma mudança radical, com construções novas e equipamentos atualizados, com a finalidade de melhorar o ensino, a pesquisa e a assistência à população. Alguns serviços foram implantados, como uma subestação de energia elétrica; central de gases medicinais; farmácia clínica; mamógrafo; aparelhos de ultrassonografia, de vídeocolposcopia e microscópios; o arquivo e documentação médica estão sendo modernizados; outros foram totalmente reestruturados: unidade de recepção às pacientes; central de esterilização; centro cirúrgico obstétrico. Brevemente estarão sendo instalados, um novo centro cirúrgico ginecológico; um setor de estudos acadêmicos e telemedicina; e um laboratório de reprodução assistida, que será o primeiro do norte-nordeste, que atenderá exclusivamente pacientes do SUS. Nesta terça-feira será inaugurada uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI Materna), com seis leitos. Sendo a MEJC um hospital de referência, era inadmissível não ter uma UTI. Tenho acompanhado essa luta diuturna de Kleber Morais, mas, felizmente, os resultados estão se concretizando, para benefício da população. Parabéns, Monsieur. DIÁRIO DE NATAL JANUÁRIO CICCO // MATERNIDADE INAUGURA 6 LEITOS DE UTI A Maternidade Escola Januário Cicco inaugura hoje seis novos leitos para a Unidade de Tratamento Intensivo. A área é destinada ao tratamento de mulheres com doenças ginecológicas e obstétricas. Segundo o diretor da Maternidade, o médico Cléber Morais, o novo espaço pretende melhorar o atendimento de casos graves. VACINAÇÃO NÃO CUMPRE HORÁRIO Postos de saúde de Natal deixam de oferecer doses antes das 17h, contrariando determinação da SMS Mesmo com a intensificação da campanha contra H1N1, tomar a vacina em Natal, às vezes não é tarefa fácil. Isto porque algumas unidades de saúde da cidade estão restrigindo o horário das aplicações e até a quantidade de vacinas. No posto do bairro Soledade II, na Zona Norte de Natal, quem procura a vacina no horário da tarde, muitas vezes, volta para casa sem ela. A reportagem do Diário de Natal esteve ontem no local por volta das 16h30 e não encontrou profissionais para aplicar a vacina. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os postos devem funcionar até, no mínimo, 17h, dependendo da demanda de pacientes. A dona de casa Ana Maria Medeiros, moradora do bairro, disse que nas sextas-feiras não há atendimento no posto e nos outros dias, quem quiser tomar a vacina é melhor procurar o posto no horário da manhã. “Como se não bastasse falta de médico as pessoas ainda ficam sem tomar a vacina, porque o pessoal do PSFvai embora logo cedo”, disse. Um funcionário de uma farmácia, localizada próximo ao posto de saúde, e que preferiu não se identificar, disse que o horário de atendimento é das 8h às 11h, e 14h às 16h, mas nem sempre é cumprido. “Tem dias que às 15h ou 15h30 já não tem mais ninguém”, declarou. A SMS reconheceu que algumas unidades de saúde estão sem profissionais e por isso o atendimento está prejudicado. Além do posto do Solenade II, a unidade do bairro Pajuçara também não está funcionando nos horários da tarde. Segundo a assessoria de imprensa, a razão para o desfalque são problemas de substituição de profissionais que estão de férias. A Secretaria também informou que não há diferença alguma entre o atendimento feito pelas equipes do PSF e os profissionais do posto de saúde. Segundo a assessoria, se a população sentir qualquer tipo de dificuldade na hora de tomar a vacina pode denunciar à Secretaria. Na semana passada o Diário de Natal esteve em algumas unidades de saúde de Natal que estavam distribuindo fichas de atendimento para vacinação contra o vírus H1N1. A medida, segundo os administradores dos postos, tem como objetivo organizar a fila e evitar tumultos. Imunização De acordo com a coordenadora da imunização da SMS, Genilce de Almeida Freitas, 78% dos portadores de doenças crônicas, crianças e profissionais da saúde estão já estão protegidos contra a H1N1. A coordenadora ainda lembrou que as vacinas serão aplicadas somente até o dia 21 de maio. WALFREDO // CIRURGIAS ORTOPÉDICAS DEMORAM MUITO Uma fratura exposta no braço, um nariz quebrado e uma fila de espera para fazer a cirurgia ortopédica. Esse foi o desfecho do acidente de moto sofrido por Wiston Kleber Melo, 29 anos, na semana passada na ponte de Igapó, Zona Norte de Natal. Assim como ele, centenas de pacientes vivem o mesmo drama e aguardam por este procedimento. Alguns chegam a ficar na fila de espera por até três meses, o que dificulta a recuperação do paciente e causa uma série de transtornos para os familiares. Uma das razões para este problema, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), Geraldo Ferreira Filho, é a redução do número de leitos nos hospitais responsáveis pela realização dessas cirurgias. De acordo com Geraldo, as unidades que faziam esse procedimento eram Itorn, Memorial e Hospital Médico Cirúrgico. No entanto, o primeiro deixou de realizar cirurgias e a demanda, de aproximadamente 100 pacientes atendidos por mês, foi distribuída para os outros dois hospitais, que também não têm condições de prestar o atendimento esperado. “O governo do estado precisa trabalhar a ampliação desses leitos junto ao sistema privado, através de convênios com os hospitais particulares para que possam devolver à sociedade o número de leitos”, afirmou. O presidente do Sinmed ainda disse que são realizados por mês uma média de 200 cirurgias por mês, quando a demanda chega a 600 pacientes precisando desse atendimento. Quanto à fila de espera do hospital Walfredo Gurgel, que tem, atualmente, 20 pacientes aguardando uma cirurgia ortopédica, Geraldo disse que a culpa não é da unidade. “O Walfredo atende a emergência ortopédica, por exemplo, um paciente que chega com uma fratura exposta é atendido e realizado os primenros socorros. Mas ele não pode ser operado lá porque o hospital não dispõe de leitos e por isso encaminha os pacientes para outras unidades. Lá não tem como internar por isso que, nesse aspecto, não é culpa do Walfredo. Os médicos fazem a estabilização do paciente, mas implantação de platina, pinos temque ser feito nos hospitais da rede privada. Se tivesse mais uns 100 leitos, talvez o Walfredo pudesse fazer as cirurgias”, disse. Segundo o hospital, a previsão é de que a fila de espera diminua a cada dia, visto que durante reunião entre a Direção do HWG, Sesap e SMS foi acordada a criação de uma escala de ortopedistas (que passou a atuar no dia 16 de abril) no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, onde também serão realizadas estas cirurgias. Atribuições Até a última sexta-feira, havia 261 pacientes aguardando as vagas em suas residências. Segundo informações da assessoria de imprensa, o controle dos procedimentos de que estes pacientes necessitam é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde. “O hospital Walfredo Gurgel é responsável por tratamento de fraturas expostas, reduções de fraturas e luxações, e tratamento das infecções orteoarticulares agudas. São realizados em média 400 destes procedimentos por mês no hospital”, informou a assessoria. (JC) PROCESSOS NA SAÚDE // JUIZ PROFERE PALESTRA O Juiz Federal Jorge André de Carvalho estará em Natal amanhã para ministrar palestra sobre “Judicialização da Saúde”. O magistrado é integrante da comissão do Conselho Nacional de Justiça que trata exatamente do mesmo tema. O simpósio, que acontecerá às 9h no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, contará com a procuradora Adriana Torquato e a diretora da Unicat Maria José Pieretti como debatedoras. O evento é coordenado pelo Juiz Federal Marco Bruno Miranda Clementino e é aberto ao público. SESAP // PROVAS ACONTECEM NO DIA 23 Mesmo com a prorrogação da data de inscrição do concurso para o último dia 9, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) manteve a data das provas da seleção para o próximo dia 23. Os locais de provas podem ser acessados no site da Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt ou no site da Sesap. O concurso disponibiliza 2.450 vagas para os níveis superior e médio, destas 561 são destinadas a médicos. CORREIO DA TARDE AUMENTA O NÚMERO DE ATENDIMENTOS A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DISTÚRBIOS MENTAIS EM NATAL Com o objetivo de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário. Pais que possuem crianças ou adolescentes com distúrbios mentais ou problemas comentorpecentes, podem procurá-los. Os projetos dos CAPS, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana. Especializado no atendimento de crianças e adolescentes com problemas mentais, os centros são a principal porta para um atendimento adequado, que é gratuito e garantido pelo Governo. No RN, há dois centros especializados, um em Natal e o outro em Mossoró. Os atendimentos são realizados tanto no período da manhã quanto da tarde. O CAPS recebe a demanda referenciada, quando o paciente é encaminhado por uma unidade de saúde e também a espontânea, quando algum familiar ou o próprio paciente procura diretamente o centro. De acordo com Concita Almeida, assistente social do CAPS, ao procurar os serviços, o paciente passa por uma entrevista, acolhimento, além de participar de atividades grupais (oficinas), artesanato, grupos terapêuticos, dança e práticas esportivas. Estas são realizadas por uma equipe multidisciplinar composta por médico, clínico, psiquiatra, psicólogo, assistente social, músico, arte educador, educador físico e nutricionista. Como existe apenas essa unidade de atendimento infantil na cidade, nossa demanda está crescendo, principalmente, devido à procura dos pacientes vindos de outras cidades. No entanto, só podemos atender pessoas residentes em Natal. Os cinco centros localizados em Natal passam por uma série de problemas, de acordo com a chefe do Grupo Auxiliar de Saúde Mental do Estado, Liege Uchoa. O mais grave é a falta de recursos humanos devido à saída de vários profissionais nos últimos meses. Os Centros de Natal atendem em média 200 crianças por semana. A cidade receberá outras unidades do CAPS e a pretensão é passar do sétimo para o terceiro ou quarto lugar em assistência a pessoas com distúrbios mentais. Assessoria de Comunicação do Cremern Telefone: 4006-5343 Contatos: Casciano Vidal: 9990-1473 Ana Carmem: 9909-4100
SINDICÂNCIA VAI APURAR MORTE DE PACIENTE – Leia mais notícias no Clipping Cremern 18/05/2010
18/05/2010 | 03:00